Open finance: O que é o sistema financeiro aberto do Brasil

Open finance, ou sistema financeiro aberto, é uma iniciativa do Banco Central do Brasil elaborada para trazer mais competitividade ao setor.

Basicamente o sistema permite que uma pessoa compartilhe seu histórico financeiro com instituições com as quais ainda não tem relações, de forma que a esta instituição consiga elaborar ofertas mais adequadas para seu perfil.

Isso acontece porque no mercado financeiro, o cálculo de juros, por exemplo, é feito principalmente ao conhecer o perfil de cada pessoa.

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Bons pagadores conseguem ter acesso a ofertas mais altas com custos mais baixos, uma vez que seu nível de inadimplência baixo traz menor risco para as instituições financeiras.

Contudo, esse histórico, até então, ficava aprisionado em cada instituição que o cliente tinha uma relação, ou seja, impossibilitava um outro banco, por exemplo, saber que o cliente tem um histórico positivo e pode ter acesso a produtos melhores.

Com essa permissão de acesso a históricos, uma pessoa pode, por exemplo, fazer uma cotação de empréstimos em diversas instituições financeiras, mesmo que nunca tenha tido uma conta nessas instituições.

Como todas as instituições terão acesso aos mesmos dados, as ofertas entre elas deverão ser aproximadas e o cliente pode escolher a com menor custo para ele, por exemplo.

Isso não seria possível até então porque a instituição que não conhece o histórico do cliente tende a cobrar mais pelo risco de inadimplência, mas com acesso ao histórico, ela pode ajustar a oferta de acordo com a pontuação do cliente, por exemplo.

Importante lembrar que esse compartilhamento também é protegido pela nossa LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e que cada compartilhamento pode ser gerenciado individualmente, inclusive tendo o acesso retirado no momento que o cliente quiser.

Open finance e Design UX (Experiência de Uso)

A camada de complexidade que essas permissões e fluxo de informação vão trazer também representarão um grande desafio para os designers digitais, principalmente no campo da experiência de uso (UX).

Não só cada fragmento de informação pode ser gerenciado, como também diferentes serviços e aplicativos precisarão informar e deixar claro para os usuários que tipo de dado está sendo trocado e visualizado por diferentes partes.

São várias APIs funcionando e se conectando e a interface deve ser capaz de informar, tornar simples e deixar o usuário a par de como gerenciar seus dados e se proteger.

Assim como o PIX trouxe desafios para a experiência digital, o Open Finance também trará muitos desafios para uma boa experiência de uso.

Para alcançarmos isso, vale sempre se lembrar dos princípios básicos do design digital como as heurísticas de uso, as regras de ergonomia e as leis da simplicidade, por exemplo.

Sabendo que a premissa básica sempre será deixar tudo transparente e claro para os usuários, o que em cenários novos e complexos pressupõe também uma excelente arquitetura de informação.

Contudo será um excelente desafio para designers, para o mercado financeiro e pode trazer excelentes serviços para usuário finais.

Referências

OPEN Finance Brasil. Disponível em <https://openfinancebrasil.org.br/>. Acesso em 13 de nov. de 2023.

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