Como usar a abordagem de design thinking em grandes empresas

Design Thinking em grandes empresas não é tão comum quanto em startups, mas essa abordagem pode ser usada em grandes empresas também.

Seja no redesign de serviços já existentes e na manutenção deles, as grandes corporações têm muito a ganhar com os modelos da abordagem dessa disciplina.

Contudo, quanto mais antiga é a empresa e quanto mais rígidos são seus processos, mais difícil é implementar esses tipo de abordagem dentro da cultura corporativa.

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Em minha experiência, pude experimentar formas de implementar essas mudanças em algumas grandes empresas.

Com paciência e passo a passo, pude ver os processos e a cultura de empresas conservadoras se adaptarem gradativamente as mudanças de comportamento e modelo mental (mindset) para processos mais fluidos, menos hierárquicos e mais colaborativos.

Dentro dessa experiência listei sete grandes desafios normalmente encontrados para essa transformação nas grandes empresas:

Os 7 grandes desafios da adoção do Design Thinking em grandes empresas

  1. Apego ao modo como as coisas já estão sendo feitas.
  2. Dúvidas sobre metodologias “diferentes” (Quão proveitoso é isso? Os resultados são melhores do que no modo que já está sendo feito?).
  3. Cultura das áreas diferentes que se tornam silos separados, gera resistência ao trabalho colaborativo mais horizontal.
  4. Pressão por resultados em curto prazo inibe testar coisas novas.
  5. Prazos de entrega no fluxo de trabalho pressiona o valor a ser entregue inibindo fazer diferente.
  6. Processos burocráticos inibem a criatividade e tornam o processo lento.
  7. Quebrar paradigmas e modelos mentais é doloroso.

Para vencer esses obstáculos elaborei um plano inicial que pudesse abrir caminhos para a mudança.

Os 5 passos para adoção

  1. Empoderar: O primeiro passo para a mudança é criar um grupo ou grupos mistos de pessoas que possam disseminar a mudança pela companhia. Como a Liga da Justiça, essas pessoas vão ser responsáveis por entender as novas formas de trabalho e ajudar a implementar na rotina da empresa por meio da sua experiência e influência com amigos e parceiros de trabalho. E, nesse sentido, é importante envolver todas as pessoas, deixando claro que todos fazem parte da mudança e podem influenciar e adequar os processos para sua realidade.
  2. Evangelizar: Depois de formado o primeiro time e já treinado, é necessário criar ferramentas e eventos para promover o método. Normalmente blog internos com posts, vídeos e bate-papos ajudam. Dinâmicas menores para resolver alguns problemas complexos envolvendo outros profissionais também ajudam a promover o entendimento das novas formas de trabalho.
  3. Exemplificar: Criar casos reais com exemplos da própria empresa ajuda as pessoas compreenderem como essas formas colaborativas funcionam e o tipo de resultado que elas geram. É mais fácil compreender pelo exemplo de casa.
  4. Explorar: Não há receita de bolo e não é recomendável seguir um by the book. Cada empresa tem uma realidade e seus próprios desafios. É importante entender o conceito do que se quer aplicar e testar formas de proliferar esse conceito adaptando o que for necessário para a realidade da companhia e ouvindo as pessoas para fazer essas adaptações.
  5. Expor: Sempre que possível, é importante expor os resultados e os aprendizados do que está sendo feito. Seja em eventos oficiais da companhia, seja em eventos menores criados para um time específico, às vezes nosso próprio time.

O primeiro plano que fiz uma empresa onde trabalhei seguiu os seguintes passos:

O passo-a-passo realizado para a adoção do Design Thinking em grandes empresas

  1. O primeiro caso: Criamos um caso inicial com um serviço da companhia e começamos apresenta-lo para alguns times objetivando criar curiosidade, mostrar o resultado alcançado a partir de um exemplo real construído dentro da empresa.
  2. Começando pequeno: O primeiro exemplo foi pequeno, um serviço menor e feito dentro das nossas capacidades. Assim foi mais fácil angariar recursos e espaço para sua construção.
  3. Adaptação ao fluxo: Para o primeiro caso, nos adaptamos ao fluxo da empresa mostrando os aprendizados e dificuldades da realidade atual da companhia naquele momento. Mostramos também o resultado no modo tradicional e o resultado no novo método de trabalho para fazermos uma comparação.
  4. Mensurar e divulgar: Durante o processo, já pensando nessa trajetória de transformação já definimos os indicadores de sucesso para o primeiro caso, ressaltamos os pontos positivos e mostramos os pontos a melhorar já com planos de ação para resolvê-los.

Esses foram os primeiros passos que desenvolvemos para começar a mudar a forma de trabalho da empresa de forma bottom up.

Gradativamente nossas ações começaram a gerar um movimento que chegou a diretoria e o envolvimento deles veio no sentido de nos ajudar a mudar.

Em pouco tempo o primeiro grupo já não era o único a mudar e a mudança acontecia de forma exponencial pela empresa.

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