O World Usability Day 2018, realizado dia 8 de novembro, teve como tema central um debate sobre o design para o bem ou para o mal.
Na conversa falamos sobre as práticas, os ideais e os impactos do nosso trabalho no cotidiano das pessoas.
Acostumados a entender as pessoas e propor soluções cativantes, foi uma oportunidade para falarmos sobre como podemos influenciar positiva ou negativamente o mundo.
Na minha contribuição, levei para o evento um pouco da minha trajetória em design digital e propus uma reflexão sobre a maneira como avaliamos o sucesso do nosso trabalho.
Iniciei falando sobre meu começo em design, quando a informação se multiplicava exponencialmente e nossa maior preocupação era organizar o conteúdo para as pessoas conseguirem acessar e usar todo o conhecimento disponível.
Nessa época nossas entregas giravam em torno de sitemaps, infografias, wireframes, testes de usabilidade e outros.
Rapidamente percebemos que a organização sozinha não era o suficiente e precisávamos ampliar nosso entendimento sobre o produto em seu contexto.
Passamos da ergonomia para a experiência de uso em um salto onde o foco itera das características do produto até as emoções, desejos e anseios dos usuários.
Para exemplificar essa expansão, usamos o estudo de Hancock baseado na hierarquia das necessidades de Maslow.
Foi o momento de lembrarmos a importância de garantir primeiro a segurança física e psicológica dos usuários, para só então falar em funcionalidade, em usabilidade, em experiência prazeirosa e finalmente em individualização.
Conectando a tecnologia nessa pirâmide, falamos sobre como algumas ferramentas tem nos ajudado a atender cada vez melhor essas camadas, para então tornarmos nossas soluções assistentes cada vez mais eficientes.
Tudo isso para que nossos usuários gastem o mínimo esforço pensando, afinal pensar gasta energia, é cansativo e pode ser até doloroso quando temos que fazer uma escolha.
Apesar de justa, essa atitude nos levou a provocação sobre se o que queremos é realmente fazer as pessoas funcionarem cada vez mais no automático e qual a consequência disso.
Aproveitando a deixa, acrescentamos ao debate métricas de sucesso tipicamente digitais, desejadas e perseguidas por muitas empresas.
Falamos sobre a Taxa de Rejeição, Tempo de Uso, Churn e Taxa de Conversão.
O retrato final dessa partícula do debate foi uma matriz que soma a pirâmide de Hancock com as métricas de sucesso da maioria das soluções digitais.
E a pergunta que ficou no final foi como isso pode nos impactar para o bem ou para o mal.
Para fechar, sem tentar encontrar uma resposta definitiva, o ultimo pensamento dessa linha de discussão foi lembrar que acima de tudo design se trata de pessoas e cabe a nós nos perguntarmos constantemente sobre os impactados daquilo que estamos construindo e deixando no mundo.
A seguir algumas imagens do World Usability Day 2018.
Referências
UXPA SP. Disponível em: <http://www.uxpasp.com>. Acesso na mesma data da postagem.