Pedagogia do oprimido: o que esse clássico da educação tem a ensinar sobre design, cocriação e mudança

Pedagogia do oprimido é mais do que um livro sobre educação. É um chamado à transformação da sociedade, das relações humanas e de como pensamos e agimos.

Escrito por Paulo Freire em 1968, durante seu exílio político, o livro se tornou uma das obras mais influentes da pedagogia crítica mundial.

E, surpreendentemente (ou não), tem tudo a ver com processos de cocriação, design thinking e inovação centrada em pessoas.

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Talvez pelo amor que Paulo Freire tinha pelas pessoas e poder delas de serem mais.

O pesquisador e autor nasceu em 1921, em Recife (PE), e se tornou um dos educadores mais respeitados do século XX.

Ao longo da vida, defendeu uma educação voltada para a libertação dos oprimidos, baseada no diálogo, na escuta ativa e na consciência crítica da realidade.

Perseguido pela ditadura militar brasileira, foi exilado e influenciou políticas educacionais em diversos países.

Sua obra ultrapassou o campo da educação e se tornou referência para movimentos sociais, lideranças comunitárias, ativistas e pensadores do mundo todo.

Falecido em 1997, Freire também foi declarado Patrono da Educação Brasileira em 2012.

Sobre a Pedagogia do oprimido

Publicada pela primeira vez em inglês, Pedagogia do oprimido propõe uma nova forma de entender a educação: como ferramenta de emancipação e não de domesticação.

Freire critica o modelo tradicional de ensino (que ele chama de educação bancária), onde o professor deposita conhecimento no aluno, como se ele fosse um cofre vazio, e propõe, em seu lugar, uma educação baseada na práxis: a combinação entre ação e reflexão transformadora da realidade e do contexto das pessoas.

Para Freire, os alunos não são objetos da aprendizagem, mas sujeitos dotados de conhecimentos que precisam ser incluídos na aprendizagem. Inclusive daí o termo de educando-educador, uma vez que também ensinam e trocam com o professor, ou, ainda melhor, o educador-educando.

Isso porque só aprendemos de verdade quando nos reconhecem como parte do processo, ou seja, quando a educação parte de nossa realidade, da nossa linguagem e dos nossos problemas.

Podemos elencar como os principais conceitos da obra:

Pedagogia do oprimido - Principais conceitos
  1. Educação bancária vs. educação libertadora: o primeiro modelo trata o aluno como passivo; o segundo o convida à participação ativa e crítica de todos.
  2. Conscientização: ação de entender que as condições sociais e históricas são construídas e, portanto, podem ser transformadas.
  3. Práxis: reflexão + ação. Não basta pensar sobre o mundo; nem agir no mundo sem refletir sobre ele criticamente; é preciso agir sobre ele com consciência crítica.
  4. Ser mais: o ser humano está em constante construção e tem a vocação de crescer, transformar-se e libertar-se.
  5. Diálogo: a comunicação horizontal entre educador-educando e educando-educador como caminho para a construção coletiva do saber.
  6. Situação-limite: as barreiras sociais, econômicas ou políticas que parecem intransponíveis, mas que podem (e devem) ser superadas. Freire afirma que essas situações não são destinos imutáveis, e sim desafios históricos que convidam à transformação.
  7. Inédito viável: é a possibilidade concreta de mudança que ainda não aconteceu, mas pode acontecer. É o futuro que pode ser construído a partir da consciência e da ação coletiva. Não é fantasia, nem utopia vazia, é viável, mas exige luta, organização e esperança crítica.

Sobre Pedagogia do oprimido e cocriação

A obra Pedagogia do oprimido tem muita relação com cocriação e design.

Especialmente se a gente levar a sério dois conceitos centrais da obra: ação antidialógica e ação dialógica.

Ação antidialógica: o que não é cocriação

Freire descreve a ação antidialógica como uma prática que visa manter o controle e a opressão.

Ela se manifesta por meio de:

Ação antidialógica conceitos B
  1. Conquista: impor ideias a outros.
  2. Dividir para dominar: fomentar competição ou desconfiança entre as pessoas para dividi-las.
  3. Manipulação: usar uma linguagem de participação, mas controlar os resultados.
  4. Invasão cultural: impor uma visão externa sobre a realidade das pessoas, sem reconhecer e incluir seus saberes.

Soa familiar? Quantas vezes projetos supostamente colaborativos, reproduzem esses mesmos padrões?

Workshops em que a decisão já está tomada. Reuniões com dinâmicas bonitas, mas sem escuta real. Times que não integram diferentes vivências. Processos que vestem a roupagem da empatia, mas são liderados por cima.

Ação dialógica: o coração da cocriação

Por outro lado, a ação dialógica é a base de qualquer processo genuinamente cocriativo.

Suas características, segundo Freire, são:

Ação dialógica conceitos B
  1. Colaboração: criar em conjunto, com participação real e ativa de todos.
  2. União: integrar diferentes experiências e saberes para gerar síntese.
  3. Organização: garantir espaço, tempo e estrutura para a participação.
  4. Síntese cultural: construir algo novo a partir da realidade de todos os envolvidos e não sobre ela.

Design centrado na pessoa só faz sentido se estiver ancorado nessa lógica.

Cocriação também só é cocriação se houver diálogo verdadeiro.

Caso contrário, é só uma nova embalagem para a velha lógica de dominação.

Se você trabalha com projetos colaborativos, facilitação de grupos, inovação, formação de lideranças ou educação, vale revisitar Pedagogia do Oprimido.

Até porque no fim das contas, criar com outras pessoas exige mais do que técnicas.

Exige respeito, escuta, consciência e compromisso com o ser mais de cada pessoa envolvida.

Citações selecionadas de Pedagogia do oprimido

Justificativa da Pedagogia do oprimido

“Inauguram a violência os que oprimem, os que exploram, os que não se reconhecem nos outros; não os oprimidos, os explorados, os que não são reconhecidos pelos que os oprimem como outro.” (FREIRE, 2021, p. 139).

“É que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isso, em nome do direito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitava os milhes de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.” (FREIRE, 2021, p. 142).

A concepção “bancária” da educação.

“[A educação] Não pode ser a do depósito de conteúdos [nos homens], mas da problematização dos homens em suas relações com o mundo.” (FREIRE, 2021, p. 172).

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 2021, p. 174).

“Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando, que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos de processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não vale. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas.” (FREIRE, 2021, p. 174).

“A primeira [a educação bancária] pretende manter a imersão; a segunda [a educação problematizadora], pelo contrário, busca a emersão das consciências, de que resulte sua inserção crítica na realidade.” (FREIRE, 2021, p. 176).

“E, para fazê-lo [superar sua situação atual], autenticamente, é necessário, inclusive, que a situação em que estão não lhes apareça como algo fatal e intransponível, mas como uma situação desafiadora, que apenas os limita.” (FREIRE, 2021, p. 181).

“Ninguém pode ser, autenticamente, proibindo que os outros sejam. Esta é uma exigência radical. O ser mais que se busque no individualismo conduz ao ter mais egoísta, forma de ser menos. Da desumanização.” (FREIRE, 2021, p. 162).

“Nenhuma “ordem” opressora suportaria que os oprimidos todos passassem a dizer: “Por quê?”.” (FREIRE, 2021, p. 183).

A dialogicidade

“Se é dizendo a palavra com que, pronunciando o mundo, os homens o transformam, o diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homem. Por isto, o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes […] É um ato de criação.” (FREIRE, 2021, p. 189).

“Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim?” (FREIRE, 2021, p. 191).

“A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 2021, p. 195).

“Na sua experiência, observou que os camponeses somente se interessavam pela discussão quando a codificação dizia respeito, diretamente, a aspectos concretos de suas necessidades sentidas [contudo] não conseguiam, no processo de sua análise, fixar-se, ordenadamente, na discussão, “perdendo-se”, não raras vezes, sem alcançar a síntese […] Faltava-lhes, diremos nós, a percepção do “inédito viável” mais além das “situações limites”, geradoras de suas necessidades.” (FREIRE, 2021, p. 231). 

A teoria da ação antidialógica

“É que ela nem pode ser feita para o povo pela liderança nem por ele, para ela, mas por ambos, numa solidariedade que não pode ser quebrada.” (FREIRE, 2021, p. 251).

“[Um tal Mr. Giddy se posicionou contra dar educação para classes trabalhadoras dos pobres, pois], seria prejudicial para sua moral e sua felicidade; ensinaria a desprezar sua missão na vida, em lugar de fazer deles bons servos para a agricultura e outros empregos; em lugar de ensinar-lhes subordinação os faria rebeldes e refratários […] torná-los-ia insolentes par seus superiores e, em poucos anos, se faria necessário a legislatura dirigir contra eles o braço forte do poder.” (NIEBUHR apud FREIRE, 2021, p. 254).

“O humanista científico revolucionário não pode, em nome da revolução, ter nos oprimidos objetos passivos de sua análise, da qual decorram prescrições que eles devam seguir.” (FREIRE, 2021, p. 256).

“[A liderança revolucionária ao não problematizar aos oprimidos e a todos os mitos que se serve as elites opressoras para oprimir, provavelmente darão às massas populares duas possibilidades:] Em determinadas circunstâncias históricas, se deixarem “domesticar” por um novo conteúdo nelas depositado. Noutras, se assustarem diante de uma “palavra” que ameaça o opressor “hospedado” nelas. Em qualquer dos casos, não se fazem revolucionários. No primeiro, a revolução é um engano; no segundo, uma impossibilidade.” (FREIRE, 2021, p. 258).

A ação antidialógica

“A teoria da ação antidialógica e suas características: A conquista, dividir para manter a opressão, a manipulação e a invasão cultural.” (FREIRE, 2021, p. 262).

“Através da manipulação, as elites dominadoras vão tentando conformar as massas populares a seus objetivos. E, quanto mais imaturas, politicamente, estejam elas (rurais ou urbanas), tanto mais facilmente se deixam manipular pelas elites dominadoras que não podem querer que se esgote seu poder.” (FREIRE, 2021, p. 273).

“O antídoto a esta manipulação está na organização criticamente consciente, cujo ponto de partida, por isto mesmo, não está em depositar nelas [as massas populares] o conteúdo revolucionário, mas na problematização de sua posição no processo. Na problematização da realidade nacional e da própria manipulação.” (FREIRE, 2021, p. 275).

“A liderança revolucionária deveria aproveitar a contradição da manipulação, problematizando-a às massas populares, com o objetivo de sua organização.” (FREIRE, 2021, p. 279).

“É importante, na invasão cultural, que os invadidos vejam a sua realidade com a ótica dos invasores, e não com a sua. Quanto mais mimetizados fiquem os invadidos, melhor para estabilidade dos invasores.” (FREIRE, 2021, p. 281).

“Para eles [os profissionais tecnicistas], a “incultura do povo é tal ‘que lhes’ parece um absurdo falar da necessidade de respeitar a ‘Visão do mundo’ que ele [o povo] esteja tendo. Visão do mundo têm apenas os profissionais”. Da mesma forma, absurda lhes parece a afirmação de que é indispensável ouvir o povo para a organização do conteúdo programático da ação educativa. É que, para eles, “a ignorância absoluta” do povo não lhe permite outra coisa senão receber os seus ensinamentos.” (FREIRE, 2021, p. 284).

“[As massas populares] Sentem a necessidade de renunciar à ação invasora, mas os padrões dominadores estão de tal forma metidos “dentro” deles, que esta renúncia é uma espécie de morrer um pouco.” (FREIRE, 2021, p. 285).

“Esta é a razão pela qual, submetidos a condições concretas de opressão em que se alienam, transformados em “seres para outro” do falso “ser para si” de quem dependem, os homens também já não se desenvolvem autenticamente. É que, assim roubados na sua decisão, que se encontra no ser dominador, seguem suas prescrições.” (FREIRE, 2021, p. 291).

“É como se a metrópole dissesse e não precisa dizer: “façamos as reformas, antes que as sociedades dependentes façam a revolução”.” (FREIRE, 2021, p. 293).

“Sem crerem em si mesmas, destruídas, desesperançadas, estas massas dificilmente buscam a sua libertação, em cujo ato de rebeldia podem ver, inclusive, uma ruptura desobediente com a vontade de Deus – uma espécie de enfretamento indevido com o destino. Daí a necessidade, que tanto enfatizamos, de problematizá-las em torno dos mitos de que a opressão as nutre.” (FREIRE, 2021, p. 295).  

“Daí que, muitas vezes, tal qual a elite dominadora, tente a conquista das massas, se faça messiânica, use a manipulação e realize a invasão cultural. E, por esses caminhos de opressão, ou não faz a revolução, ou, se faz, não é verdadeira.” (FREIRE, 2021, p. 298).

A ação dialógica

“A teoria da ação dialógica e suas características: a colaboração, a união, a organização e síntese cultural.” (FREIRE, 2021, p. 299).

“[…] na teoria dialógica da ação, os sujeitos se encontram para a transformação do mundo em colaboração.” (FREIRE, 2021, p. 299).

“A resposta aos desafios da realidade problematizada é já dos sujeitos dialógicos sobre ela, para transformá-las.” (FREIRE, 2021, p. 301).

“Problematizar, porém, não é sloganizar, é exercer uma análise crítica sobre a realidade do problema.” (FREIRE, 2021, p. 302).

“Desconfiar dos homens oprimidos não é, propriamente, desconfiar deles enquanto homens, mas desconfiar do opressor “hospedado” neles.” (FREIRE, 2021, p. 303).

“Não há vida sem morte, como não há morte sem vida, mas há também uma “morte em vida. E a “morte em vida” é exatamente vida proibida de ser vivida.” (FREIRE, 2021, p. 305).

“O que defende a teoria dialógica da ação é que a denúncia do “regime que segrega esta injustiça e engendra esta miséria” seja feita com suas vítimas a fim de buscar a libertação dos homens em colaboração com eles.” (FREIRE, 2021, p. 307).

“Se, na teoria antidialógica da ação, se impõe aos dominadores, necessariamente, a divisão dos oprimidos com que, mais facilmente, se mantém a opressão, na teoria dialógica, pelo contrário, a liderança se obriga ao esforço incansável da união dos oprimidos entre si, e deles com ela, para a libertação.” (FREIRE, 2021, p. 307).

“A própria situação concreta de opressão, ao dualizar o eu do oprimido, ao fazê-lo ambíguo, emocionalmente instável, temeroso da liberdade, facilita a ação divisória do dominador nas mesmas proporções em que dificulta a ação unificadora indispensável à prática libertadora.” (FREIRE, 2021, p. 308).

“O saber mais apurado da liderança se refaz no conhecimento empírico que o povo tem, enquanto o deste ganha mais sentido no daquela.” (FREIRE, 2021, p. 320).

“A síntese cultural não nega as diferenças entre uma visão e outra, pelo contrário, se funda nelas. O que ela nega é a invasão de uma pela outra. O que ela afirma é o indiscutível subsídio que uma dá a outra.” (FREIRE, 2021, p. 320).

“Muitos erros e equívocos comete a liderança ao não levar em conta esta coisa tão real que é a visão do mundo que o povo tenha ou esteja tendo. Visão do mundo em que se vão encontrar explícitos ou implícitos os seus anseios, as suas dúvidas, a sua esperança, a sua forma de ver a liderança, a sua percepção de si mesmo e do opressor, as suas crenças religiosas, quase sempre sincréticas, o seu fatalismo, a sua reação rebelde. E tudo isso, como já afirmamos, não pode ser encarado separadamente, porque, em interação, se contra compondo uma totalidade.” (FREIRE, 2021, p. 32a).

“A solução está na síntese. De um lado, incorporar-se ao povo na aspiração reivindicativa [aumento de salário]. De outro, problematizar o significado da própria reivindicação [O que o aumento de salário traria ou resultaria? Por que ainda não temos isso? O salário é a única forma de alcançarmos isso? O que é o salário em si e por que ele é insuficiente para nós? Etc.].” (FREIRE, 2021, p. 322).

“se os trabalhadores não chegam, de alguma maneira, a ser proprietários de seu trabalho, todas as reformas estruturais serão ineficazes [e eles devem chegar a ser] proprietários, e não vendedores de seu trabalho [porque] toda compra ou venda do trabalho é uma espécie de escravidão [e] uma pessoa humana não pode ser vendida nem vender-se [isso é dar um passo mais além das soluções paliativas e enganosas].” (SPLIT apud FREIRE, 2021, p. 320).

“Se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos, esperamos que se permaneça: nossa confiança no povo. Nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar.” (FREIRE, 2021, p. 323).

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Paz & Terra: Rio de Janeiro, 2021.

Faberhaus Play. Design Livre. Disponível em: <https://faberhausplay.com.br/design-livre/>. Acesso no dia da postagem.

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