Corpo livre, mente imoral debate a expressão do corpo diante da mente puritana que tenta podá-lo e se prende a julgamentos morais e vazios.
Corpo livre
Corpo livre, livre corpo!
O corpo é livre e corpo não tem moral.
O corpo só vive, respira e luta para permanecer existindo.
O corpo não julga, não categoriza, não condena.
O corpo só sente.
O corpo não mente.
O corpo só quer tocar e ser tocado. Arder e tremer. Esquentar e esfriar. Viver sua natureza.
E quer ser livre na pele que o envolve e que o conecta com o mundo ao seu redor.
Exibir sua forma e suas marcas.
Exibir seus pelos e cabelos.
Girar nas pontas das suas extremidades e mover-se pelo espaço.
O corpo quer interagir!
Mas a mente, ao contrário, o julga, se envergonha.
O pecado vive é nos pensamentos e teme a liberdade, a expressão.
E ao condenar sua forma, sua pele, sua desinibição, sua liberdade inveja tudo que não consegue ser.
Melindrosa, assustada, fragilizada, envergonhada a mente se questiona.
Por não poder ser vista, não poder ser tocada, se enciúma do corpo e o condena a viver escondido.
“Esconda sua pele, suas partes, suas imperfeições corpo imoral!” – diz a mente.
Ah mente! Esconda você seus pensamentos, suas condenações, seus olhares julgadores, sua inveja, seu ciúme.
Você que é toda imoral, você que é toda pecado.
Deixa o corpo.
Deixa o corpo livre!