A tecnologia é tão necessária e integrada à vida humana que já pode ser considerada parte de nossa espécie, da nossa humanidade.
Suas características seguem um caminho de transformação e evolução constante.
Podemos perceber isso ao compará-la com as plurais existências dentro do nosso planeta, ou mesmo no que conseguimos enxergar do universo até hoje.
Nossa espécie, por si mesma, vem em uma evolução acelerada, extrapolando seus limites e se redefinindo constantemente.
Desde os primeiros artefatos desenvolvidos a partir de pedras, vimos nossa capacidade de acessar e transformar as possibilidades que nos cercam crescer exponencialmente.
Por sua vez, tecnologia vem ganhando uma importância fundamental para nós, um recurso indispensável para impulsionar nossa evolução.
Nesse sentido, ela já não se separa de nós, mas se estende sobre nós de maneira simbiótica.
Afinal, quem hoje com acesso aos diversos tipos de alimentos existentes consegue se imaginar vivendo sem a possiblidade de cozinha-los, por exemplo.
Tamanha é sua importância que ela foi apresentada por Kevin Kelly no livro What Technology Wants (O Que a Tecnologia Quer) como o sétimo reino da vida.
Somando-se com Animalia, Bactéria, Chromista, Fungi, Plantae e Protozoa, a tecnologia se exprimi como uma força cósmica com as mesmas características e caminho evolucionário dos outros reinos, ou seja, ela possui em sua própria existência complexidade, diversidade, especialização, socialização e ubiquidade.
Contudo, para que a tecnologia e suas espécies sejam absorvidas em nível simbiótico, ela percorre um caminho particular de absorção pela nossa sociedade.
Esse trajeto pode, por exemplo, ser entendido dentro da teoria Pyramid of Technology de Koert van Mensvoort.
Pirâmide da Tecnologia de Koert van Mensvoort
Construída com base na pirâmide de Maslow, Mensvoort propõe sete estágios para ela se torne parte inseparável dos seres humanos:
Imaginada (Envisioned) – Estágio em que a tecnologia é visionada, ou seja, apenas imaginada.
Operacional (Operational) – Estágio em que a tecnologia é factível e até pode existir protótipos, mas ela ainda não existe em larga escala.
Aplicada (Applied) – Estágio em que a tecnologia ganha escala, mas ainda não está presente no cotidiano.
Aceita (Accepted) – Estágio em que a tecnologia é aceita pela sociedade e se torna parte da vida das pessoas.
Vital (Vital) – Estágio em que a tecnologia se torna uma parte fundamental na vida humana e já é difícil se imaginar sem o recurso.
Invisível (Invisible) – Estágio em que a tecnologia se torna tão importante e enraizada que aparece rotineiramente na vida das pessoas e da sociedade.
Naturalizada (Naturalized) – Estágio em que não se pode mais pensar em seres humanos sem a tecnologia, ela se torna parte da natureza e da nossa própria espécie.
Seguindo nessa linha, é possível imaginar como esse recurso vem potencializando nossas capacidades, abrindo possibilidades incríveis dentro do caminho da evolução.
Assim, talvez chegue o dia em que nos tornaremos seres biotecnológicos, numa simbiose perfeitamente harmônica e com capacidades de construções atualmente inimagináveis.
Seja como for, cabe a nós, seres do presente, construir esse futuro.
Referências
Next Nature. Disponível em: <https://www.nextnature.net/2014/08/pyramid-of-technology/>. Acesso no dia da postagem.
Mensvoort. Disponível em: <http://www.mensvoort.com/home/pyramid-of-technology-tedx-talk/>. Acesso no dia da postagem.
Diip. Disponível em: <http://www.diip.co/>. Acesso no dia da postagem.