Produto digital é uma solução disponibilizada de forma digital por uma empresa para que pessoas possam satisfazer uma necessidade.
Todo produto tem essa missão de satisfazer uma necessidade, um desejo ou sanar uma dor de determinadas pessoas (clientes) trazendo receita para o agente (empresa), ou seja, esses dois pontos são os pilares de qualquer produto:
- Sanar dor ou necessidade de quem usa o produto.
- Gerar receita para quem disponibiliza o produto.
Os produtos digitais, portanto, são os que têm esses dois pilares, mas sua relação de consumo e interação acontece dentro de ambientes digitais como, por exemplo, sites e aplicativos.
Um produto digital pode suportar a comercialização de produtos físicos também, como, por exemplo, uma loja virtual que vende camisetas.
Ele também pode ser 100% digital, como um aplicativo de banco digital que reúne diversas funcionalidades como, por exemplo, investimento, pagamento de contas, transferências etc.
Tangibilidade de produtos
Os produtos, de forma geral, podem pertencer a duas categorias: tangível ou intangível.
Os tangíveis são produtos que podem ser tocados e manipulados diretamente de forma física, ou seja, existem fisicamente.
Por exemplo:
- Livros.
- Geladeira.
- Celular.
- Etc.
Os produtos intangíveis são produtos que não podem ser tocados e manipulados diretamente de forma física, ou seja, não existem fisicamente.
Esses produtos precisam de alguma forma física de acesso, seja por meio de um celular, leitura de gestos do usuário ou outras formas.
Como exemplo de produtos intangíveis podemos elencar:
- E-book.
- Séries e filmes.
- Música.
- Etc.
Também temos produtos ou grupo de produtos que são híbridos e podem ter uma versão no mundo analógico (tangível) e uma no mundo digital (intangível).
Com o passar do tempo, aliás, cada vez mais produtos ganham versões digitais ou pelo menos formas de acesso digital.
Isso porque vivemos cada vez mais conectados ao mundo digital por meio da internet e acabamos consumindo mais por esse canal.
O produto digital garantindo presença on-line
Com o avanço e barateamento das tecnologias que permitem acesso a conteúdos e produtos digitais, vemos um número cada vez maior de pessoas se relacionando prioritariamente nesse canal.
Assim, as empresas têm percebido que é crucial ter uma presença on-line estratégica, bem pensada e estruturada.
E isso tende só a aumentar. Inclusive, um bom exemplo no Brasil é o pagamento digital.
Com o lançamento do PIX, um produto digital on-line do BACEN (Banco Central do Brasil), vimos um aumento no número de pessoas usando o digital como forma de transferência de dinheiro.
O serviço foi lançado oficialmente em 19 de fevereiro de 2020 e em apenas 4 anos reduziu o número de pessoas que não usavam modalidade digital e mesmo serviços bancários.
A redução foi de 30% de brasileiros que não tinham conta em bancos antes do PIX, para apenas 16% de brasileiros sem conta em banco.
Isso representou mais de 70 milhões de clientes fazendo sua primeira transferência digital graças ao produto.
A tecnologia também levou ao encerramento dos produtos TED e DOC no mesmo período.
Isso demonstra como uma tecnologia pode mudar não só comportamentos como também a existência de determinados produtos.
Estar preparado, resiliente e flexível, portanto, é uma questão de sobrevivência dos negócios, sejam eles prioritariamente digitais ou não.
A cadeia de valor do produto digital
Para se trabalhar com produtos digitais é necessária uma visão clara da cadeia de valor e de formas de gerenciamento adequadas.
O primeiro ponto é lembrar que produtos digitais devem equilibrar duas entregas de valor básicas de qualquer produto:
- Uma para o público/pessoas (os clientes).
- Uma para o agente que o produz (a empresa/os negócios da empresa).
Quem cuida desse equilíbrio é o que chamamos de time de produto.
Esse time é composto de diferentes profissionais que gerenciam o produto digital e sua saúde.
Também é importante compreender o tipo de entrega que cada produto proporciona para as diferentes partes.
Cada produto terá em sua composição um valor claro para clientes e um valor claro para os negócios da empresa, como podemos ver no exemplo a seguir.
Também, diferente do produto físico que é lançado e só terá alterações em uma nova versão tempos depois, o produto digital pode e costuma ter atualizações constantes.
Essas atualizações são tanto para melhoria do produto digital quanto para correções ou ajustes necessários.
A dinâmica frequente desse tipo de produto também exige que as empresas fiquem constantemente observando os dados de desempenho do produto para fazer ajustes assim que necessário.
Do contrário, o produto poderá sofrer com perda de clientes e substituições tecnológicas que podem levar até seu encerramento, por exemplo.
Onde o design entra nisso?
O design entrou para o mundo dos produtos já na revolução industrial basicamente entendendo pessoas, comportamentos e necessidades para unir isso com formas de fabricação efetivas.
Essa efetividade fala tanto sobre construir um produto adequado e desejável quanto logisticamente inteligente (baixo custo com receita alta).
O olhar do design então abrange tanto o pilar do cliente quanto o pilar da empresa.
No entanto, a maior parte do trabalho do design está em entender as pessoas e seus comportamentos, isso porque é a parte menos previsível da produção industrial.
Pessoas mudam, necessidades mudam, desejos também mudam.
Estar a frente, portanto, é identificar essas mudanças ou necessidades e já ter o produto adequado para elas logo que possível.
Para compreender, podemos ver um fluxo ilustrativo da fabricação e gestão de produtos digitais.
Normalmente ele parte do estudo da rentabilidade até a análise de resultado para ajustes de rota, novos lançamentos ou mesmo mudança total no produto.
Inclusive por isso, que apesar do foco principal de Faberhaus ser design, ainda assim são incluídos os temas de negócio (rentabilidade) e de tecnologia (viabilidade) nos estudos da consultoria.
Todo produto digital, portanto, deve olhar para essas três partes para encontrar no centro o equilíbrio e a sustentabilidade do produto digital.
Referências
CAGAN, Marty. Inspired: How to create tech products customers love. 2. ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2018.
PINHEIRO, Tenny. The Service Startup – Inovação e empreendedorismo através do design thinking. Rio de Janeiro: Alta Books, 2015.
Bloomberg Línea. Disponível em: < https://www.bloomberglinea.com.br/brasil/banco-central-estuda-acordos-para-conectar-o-pix-a-sistemas-de-pagamento-globais/>. Acesso no dia da postagem.
Como Consertar o Capitalismo. Disponível em: <https://www.faberhaus.com.br/como-consertar-o-capitalismo-harvard-business-review-brasil>. Acesso no dia da postagem.
Como Utilizar O Framework HEART. Disponível em: <https://brasil.uxdesign.cc/como-utilizar-o-framework-heart-para-melhorar-suas-m%C3%A9tricas-1bcee0d080ec>. Acesso no dia da postagem.
Definindo Estratégia. Disponível em: <https://www.faberhaus.com.br/definindo-estrategia-vantagem-competitiva-e-valor-economico>. Acesso no dia da postagem.
DesignOps. Disponível em: <https://www.faberhaus.com.br/design-ops/>. Acesso no dia da postagem.
Escaping the Build Trap – Melissa Perri. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DmJXpI7OJuY>. Acesso no dia da postagem.
OKR Passos. Disponível em: <https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/okr-passos>. Acesso no dia da postagem.