A organização por categoria é usada para agrupar e organizar informação de acordo com categorias lógicas de forma a facilitar a compreensão.
Ela é um dos métodos de LATCH (Lugar, Alfabeto, Tempo, Categoria e Hierarquia) para se organizar informação.
Atualmente vivemos em meio a uma explosão de produção informacional e a liberdade, facilidade e até agilidade de acessar e disponibilizar esse conteúdo na Internet vem motivando ainda mais as pessoas a produzirem e compartilharem desde detalhes de suas vidas profissionais até os pormenores de suas vidas pessoais.
Podemos perceber, então, que o desafio do momento é filtrar essa enormidade de conteúdo para encontrar o que desejamos ou o que é relevante para nós em determinado momento, este, aliás, é o grande mantenedor do sucesso do Google, uma ferramenta que, antes de tudo, tem a missão de filtrar a rede e nos apresentar o conteúdo mais relevante para nossas pesquisas.
Porém, além do buscador, há profissionais que trabalham especialmente para tornar a informação mais objetiva e assim poupar algum tempo para os ávidos interatores já sobrecarregados (tanto analógica quanto digitalmente). Assim, os designers de informação trabalham para tornar o conteúdo mais “comestível”, por assim dizer.
Se partirmos da concepção na qual o prazer da refeição se inicia com a apresentação do prato, podemos compreender que a harmonia e o equilíbrio visual da informação podem ser muito importantes para uma degustação mais prazerosa.
Para alcançarmos isso é possível lançarmos mão de diversos recursos alinhados a organização por categoria, um deles é a metáfora visual, que apresenta o conteúdo em imagens representativas, o que pode torná-lo mais atraente e até mais divertido.
Esse recurso foi o que eu utilizei para meus estudos (empíricos) da organização por categoria a partir da tabela populacional desenvolvida pelo IBGE em 2013.
Tendo então a tabela inicial com os dados populacionais, dividi os Estados brasileiros em categorias.
Como categorização nesse estudo, utilizei a divisão por regiões definidas pelo IBGE em 1970 e ainda em exercício.
Essas regiões não foram definidas somente por critério geográfico (um tipo de organização que será apresentada em uma próxima postagem), mas também foram baseadas em critérios socioeconômicos, climáticos e outros aspectos que as posicionam como uma categorização de Estados e não somente como um agrupamento por localização.
Atualmente o Brasil conta com cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A metáfora visual desse conteúdo poderia se basear, por exemplo, na característica mais forte de cada região.
Como exemplo ilustrativo, eu trabalhei com a região Norte, para a qual desenvolvi uma apresentação simplista tendo como base a ideia popular de ela ser uma região muito arborizada.
Para fazer a copa da árvore, eu trabalhei com a localização dos Estados e seus respectivos tamanhos geográficos, criando os nichos onde é apresentada a quantidade populacional de cada área.
Desse modo, de forma bem simples, os dados já começam a ganhar mais atratividade quando comparados com as outras opções do método, e ainda é possível inserir mais informações sem que o interator sinta o peso delas.
No exemplo, é possível ter uma ideia de como os Estados são distribuídos geograficamente, como pode ser observado no mapa abaixo.
O mapa também é em si uma forma de metáfora visual, nesse caso poderia ser usado somente o bloco da região norte como suporte visual para exibir a quantidade populacional, porém sua atratividade diminuiria, por parecer mais técnico frente à brincadeira da árvore.
Para os demais Estados brasileiros, outras brincadeiras poderiam ser propostas utilizando o que sabemos de cada região como inspiração para o desenvolvimento de suportes visuais, nos quais poderíamos apresentar o número populacional.
Este é um exemplo possível para apresentar a categorização de forma mais divertida e, mesmo assim, objetiva facilitando a degustação desse tipo de informação.
Referências
WURMAN, Richard Saul. Ansiedade de Informação: Como Transformar Informação em Compreensão. São Paulo: Cultura Editora Associados, 1991.
WURMAN, Richard Saul. Ansiedade de Informação: Um Guia Para Quem Comunica e Dá Instruções. São Paulo: Editora de Cultura, 2005.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Website do Diário Oficial da União. Disponível em: <http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=65&data=29/08/2013>. Acesso em 29 de ago. de 2013.