Mudar quem sou pelo prazer alheio? Não, obrigado – Poesia

Mudar quem sou pelo prazer alheio? Não, obrigado. Até onde vai nossa flexibilidade em mudar o que nos define para que outros nos aceitem.

O texto faz parte do projeto de escrita criativa do blog.

Mudar quem sou

Se tenho que mudar meu corpo,

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minha fala,

minha postura,

meus trejeitos,

para agradar alguém.

Então não, obrigado.

Se minha feminilidade é o que ofende,

minha barriga é o problema,

minha voz é a vergonha,

minha altura é o tabu,

minha pele é a imperfeita,

e isso me impede de agradar alguém.

Então não, obrigado.

Se meu rosto redondo é não másculo,

se minhas inseguranças não atraem,

se minha timidez não gera tesão.

se meus pensamentos te provocam,

se meu estilo de ser feliz não te agrada,

Então não, obrigado.

Obrigado, mas vou continuar sendo eu.

Ainda serei feminino indo contra essa concepção padronizada de mundo.

Ainda manterei minha barriga gorda desafiando a perfeição plástica.

Ainda terei minha postura de bicha, meus trejeitos delicados e minha voz ganida.

Ainda rebolarei ao andar e dançarei livremente as músicas que me agradam.

Manterei minha alma, minhas vestes e minha verdade.

Manterei minha fala, meus escritos, meus desejos.

Manterei minha liberdade e felicidade de ser quem sou.

Então não, obrigado.

Fique com sua vida,

com suas escolhas,

com sua história.

Siga longe de mim,

mantendo sua energia fechada em si,

sem me contaminar,

sem me consumir.

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