A desigualdade social gênero e violência para população LGBT idosa foi o tema da fala da Prof Dra Marília Louvison no evento da EternamenteSou.
A doutora trouxe para o 2º Seminário Velhices LGBT: Expressões da Violência Contra as Pessoas Idosas os tópicos da saúde e das políticas públicas para as pessoas idosas LGBT para refletirmos sobre como melhoramos isso e construimos isso desde já.
Logo na abertura a Dra. Louvison nos lembra que a desigualdade social trata das diferenças injustas, já que diferentes somos todos e há muita riqueza nesses contrastes.
Contudo, não é por que alguém é diferente da maioria que essa pessoa tem menos valor e, portanto, ela deve ser abraçada e tratada de maneira igual principalmente nas políticas públicas.
Nesse sentido, a Dra. Louvison ainda nos lembra que nosso Estado pode ser muito violento com a parcela da população mais idosa e LGBT, ignorando certas particularidades que podem até levar à morte.
E dado o cenário de conservadorismo que estamos vivendo, ainda nos deixa a provocação de como trabalharemos enquanto grupo social para impedir a perda de direitos tão duramente conquistados e até conquistar novos nesse momento histórico.
A questão é que o Estado e suas políticas públicas precisam enfrentar as desigualdades de forma honesta, mas por vezes o que vemos é um discurso que desqualifica as desigualdades e exclui as pessoas ao invés de incluí-las.
Nesse caminho pouco é falado sobre a importância de envelhecer bem de forma mais abrangente, ou ainda da importância de envelhecer sem dependência nos mais diversos contextos sociais, principalmente para além do relacionamento heterossexual com filhos.
Aqui valeria um esforço nosso de tensionar as políticas públicas a receber as diferentes formas de existência possíveis, abraçando e flexionando suas estruturas para incluir ao invés de excluir.
Outro aspecto importante é vencer os tabus da velhice no setor público, principalmente na saúde que por vezes faz pouco caso da vida plena do idoso e suas necessidades inerentes como a liberdade de ir e vir, de conhecer coisas novas, de viver sozinho e até de manter relações sexuais.
Entretanto, para isso acontecer ainda teremos que debater muito sobre os mais diversos signos da velhice como os conceitos de gênero, de envelhecimento ativo, de existências diferentes e até de cidades pensadas para a mobilidade de todos e não só de alguns.
Confira a fala Prof Dra Marília Louvison sobre as desigualdades das políticas públicas para população LGBT idosa a seguir.