Os 8 critérios ergonômicos para interfaces digitais são princípios estudados e testados por pesquisadores para garantir eficiência e eficácia.
Atualmente o desenho de interfaces digitais tem um amplo campo de possibilidades para criação, nele é possível recriar qualquer modelo que quisermos, da mesa de trabalho até um universo paralelo onde planetas e estrelas são os objetos de interação.
Replicar o modelo mental existente foi o caminho que definiu as interfaces como a conhecemos, não à toa que vemos uma “mesa de trabalho” ao ligarmos nossos computadores.
A referência foi direta aos espações de trabalho das pessoas, dessa forma foi mais fácil elas se adaptarem e aderirem ao universo digital no início da era dessas máquinas.
Contudo, as telas táteis, smartphones, as interfaces conversacionais e outros recursos vêm dando novo significado as experiências de interação.
Nesse contexto é bom relembrarmos importantes critérios ergonômicos que permeiam a área de ux (user experience), pontuados inclusive pelos estudos de Cybis et al (2007), os misturando com nossa criatividade e com essas novas possibilidades interativas:
As 10 heurísticas de usabilidade de Jakob Nielsen
Uma das mais conhecidas ferramentas para garantir interfaces digitais mais funcionais são as heurísticas de usabilidade de Nielsen (1994) que visam proporcionar ao usuário:
- Ajuda e documentação.
- Consistência e padrões.
- Design estético e minimalista.
- Flexibilidade e eficiência de uso.
- Liberdade e controle para o usuário.
- Mapeamento entre o sistema e o mundo real.
- Prevenção de erros.
- Reconhecer ao invés de lembrar.
- Suporte para reconhecer, diagnosticar e se recuperar de erros.
- Visibilidade do estado atual do sistema.
As 8 regras de ouro de Ben Shneiderman
Outro importante estudo são as regras de ouro propostas por Shneiderman também tendo em vista o usuário das soluções de forma a:
- Fornecer atalhos.
- Fornecer controle e iniciativa.
- Fornecer feedback informativo.
- Fornecer prevenção e manipulação simples de erros.
- Marcar final dos diálogos.
- Permitir o cancelamento das ações.
- Perseguir a consistência.
- Reduzir carga de memória de trabalho.
Os 5 critérios ergonômicos de Dominique Scapin e Christian Bastien
Ainda mais detalhado são os critérios de Scapin e Bastien que os quebraram em subitens para tornar mais claro como garantir eficiência nas suas aplicações de forma a oferecer ao usuário:
- Adaptabilidade (flexibilidade e consideração da experiência do usuário).
- Carga de trabalho (brevidade de ações e baixa densidade informacional).
- Condução (convite, agrupamento e distinção entre itens, legibilidade e feedback imediato).
- Controle explícito (ações explícitas e controle do usuário).
- Gestão de erros (proteção, qualidade das mensagens, correção, consistência, compatibilidade e denominações claras).
Os 7 princípios de diálogo da norma ISO 924:10
Não menos importante temos os princípios da norma ISO 924:10 que tratam do diálogo para interfaces humano-computador:
- Adaptação à tarefa.
- Autodescrição (feedback).
- Conformidade às expectativas do usuário.
- Controle ao usuário.
- Facilidade de aprendizagem.
- Facilidade de individualização.
- Tolerância aos erros.
Os 8 critérios ergonômicos integrados
Ao unir esses quatro conjuntos de critérios é possível integrá-los em uma lista única que pode servir como referência global para o desenho das interfaces.
A proposta feita também por Cybis et al (2007) reuniu esses 8 critérios ergonômicos úteis detalhando em cada um deles alguns elementos para garantir sua execução.
1. Adaptabilidade
Consideração da experiência do usuário
Flexibilidade
Personalização
2. Carga de trabalho
Ações mínimas
Brevidade das entradas individuais
Concisão das apresentações individuais
Densidade informacional
Design minimalista e estético
Legibilidade
3. Coerência
Homogeneidade externa a plataforma
Homogeneidade interna a uma aplicação
4. Compatibilidade
Compatibilidade com a cultura dos usuários
Compatibilidade com a tarefa dos usuários
Compatibilidade com o usuário
5. Condução
Adequação ao aprendizado
Agrupamento e distinção por formato
Agrupamento e distinção por localização
Apresentação do estado do sistema
Convite
Feedback imediato
Qualidade de ajuda e documentação
6. Controle
Ações explícitas
Controle do usuário
7. Gestão de erros
Correção de erros
Proteção de erros
Qualidade das mensagens de erro
Tolerância aos erros
8. Significado
Significado dos códigos e denominações
E dado seu caráter amplo, podemos aplicar e flexibilizar esses critérios em nossos projetos para garantir qualidade e ainda misturá-los com nossa criatividade para resultados inesperados e encantadores.
Referências
CYBIS, Walter; BETIOL, Adriana Holtz e FAUST, Richard. Ergonomia e Usabilidade: Conhecimentos, Métodos e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora Ltda., 2010.