Conhecer o contexto é o segundo passo na abordagem proposta em 101 Design Methods de Vijay Kumar para inovações bem-sucedidas.
É o momento de estudar as circunstâncias ou eventos que afetam o ecossistema onde a empresa atua e oferece serviços ou onde se pretende atuar futuramente.
Nesse módulo, se estuda o desempenho dos serviços da empresa no mercado e o desempenho de serviços similares, assim como a estrutura da organização e dos seus competidores, bem como suas estratégias.
Também se observa as políticas governamentais e regulatórias que podem afetar a empresa e o projeto.
Finalmente, se observa como os serviços podem transformar o contexto social, ambiental, industrial, tecnológico, cultural, político, econômico e de negócios.
Tudo isso para se conhecer o contexto do projeto suficiente para ajudar na tomada de decisões e gerar conhecimento e insights.
Os principais passos para se conhecer o contexto de um produto
- Planejar pesquisa: Criar um plano de trabalho para entender o contexto baseado no tempo disponível, recursos, métodos e entregáveis esperados.
- Procurar em bases de conhecimento: Analisar bases da dados existentes pertinentes para encontrar padrões emergentes.
- Mapear evolução: Criar visão geral sobre os principais desenvolvimentos na indústria, linhas de tempo do segmento e futuros prováveis.
- Fazer comparações: Criar visão geral que mostre a organização em relação ao meio onde atua, seja dentro do segmento, em relação direta com os competidores, ou mesmo com serviços análogos.
- Diagnosticar condições: Ganhar perspectiva sobre as capacidades da organização, seu desempenho e padrões do segmento.
- Consultar especialistas: Comunicar-se com especialistas nos campos de interesse para entendimento sobre suas análises, opiniões e recomendações.
Resumo de 13 métodos possíveis para se conhecer o contexto de um produto
1. Plano de pesquisa contextual (Contextual research plan)
Metodologia para definir um plano geral de pesquisa sobre o contexto de atuação. Nela o time define as áreas para a pesquisa, as fontes e os métodos, criando uma linha de tempo para a pesquisa. Para finalizar o time cria um diagrama de alto nível com o plano de pesquisa desenvolvido.
2. Pesquisa de mídia popular (Popular media search)
Metodologia para encontrar qualquer coisa nova e relevante que está sendo dita sobre o contexto. Nela o time identifica os tópicos mais pertinentes para o projeto, identifica as fontes para informações relevantes e conduz as pesquisas. O time então revê, extrai e documenta as observações citando as fontes de referência.
3. Pesquisa de publicações (Publications research)
Metodologia para compreender o que está sendo dito sobre um tópico de interesse relacionado ao projeto. Nela o time define o tópico de interesse, procura por publicações relevantes e as estuda para extrair insights. Para finalizar o time cria e organiza um repositório sumarizado para posteriores consultas.
4. Mapa de eras (Eras map)
Metodologia para construir uma perspectiva histórica sobre o contexto que está sendo estudado. Nela o time define os atributos para serem pesquisados e um período de tempo relevante, depois realiza a pesquisa histórica e define o nome e as eras. Para finalizar o time procura por insights no material.
5. Mapa da evolução da inovação (Innovation evolution map)
Metodologia para mostrar como as inovações na companhia e na indústria como um todo evoluíram com tempo. Nela o time determina o período de tempo para estudar, compila a história das inovações da empresa e da indústria nesse período e reúne dados para fazer comparações quantitativas. O time então cria um mapa visual e procura por insights.
6. Perfil financeiro (Financial profile)
Metodologia para mapear os atributos financeiros de uma organização. Nela o time identifica informações financeiras relevantes e encontra fontes pertinentes, pesquisa por informações financeiras, organiza os perfis para comparações e finaliza procurando por insights.
7. Modelos análogos (Analogous model)
Metodologia para explorar comportamentos, estruturas ou processos presentes em outros contextos, mas que podem ser úteis para trazer uma nova visão para o projeto. Nela o time identifica aspectos do projeto que possam ser levados para essa visão análoga, encontra modelos análogos e cria descrições e diagramas desses modelos análogos. Para finalizar o time compara os modelos análogos desenvolvidos.
8. Mapa de competidores e complementadores (Competitors – Complementors map)
Metodologia para mapear aspectos como preço, qualidade, receitas, participação de mercado e tipo de clientes da empresa e de seus concorrentes para entender o desempenho de cada um. Nela o time identifica os competidores na indústria, estabelece as dimensões que serão usadas para desenvolver a comparação e faz um mapa 2×2 com a empresa, seus competidores e empresas complementares da indústria. Para finalizar o time revê o mapa, reflete sobre ele e procura por insights.
9. Diagnóstico dos dez tipos de inovações (Ten types of innovation diagnostics)
Metodologia usada para entender as inovações da empresa e novas oportunidades a partir disso. Nela o time identifica organizações para estudar e encontra especialistas, entende as inovações nessas indústrias e avalia a quantidade e a qualidade dessas inovações. Para finalizar o time compara as inovações organiza os achados nas quatro dimensões da metodologia (finanças, processos, ofertas e distribuição) e procura por insights.
10. Diagnóstico da indústria (Industry diagnostic)
Metodologia para identificar aspectos-chave de uma indústria e tornar mais claro seu atual estado de saúde. Nela o time reúne informações sobre uma indústria, avalia o impacto das cinco forças (potenciais entrantes, ofertas alternativas, clientes, fornecedores e competidores) e identifica os mecanismos de resposta da organização para eles. Para finalizar o time debate sobre os achados e procura por insights.
11. Análise FOFA (SWOT analysis)
Metodologia para avaliar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças sofridas pela empresa. Nela o time descreve a intenção inicial do projeto e o ponto central dela, avalia os quatro pontos de análise sob o olhar desse ponto central e organiza os achados em um mapa 2×2. Para finalizar o time revê, discute e analisa o mapa criado.
12. Entrevista com especialistas no assunto (Subject matter experts’ interview)
Metodologia para mergulhar rapidamente em uma área de interesse. Nela o time define o assunto a ser explorado, identifica especialistas que podem ajudar, prepara questionários para conversar com os especialistas e realiza entrevistas qualitativas com eles. Depois de ouvir, capturar e anotar tudo com o especialista, o time registra e sumariza os aprendizados.
13. Discussão em grupos de interesse (Interests groups discussions)
Metodologia para levantar insights relevantes de um grupo de pessoas e conhecer o contexto do projeto. Nela o time procura por fóruns ou grupos de interesse, observa o que esses grupos estão debatendo e entram nos grupos e nos debates para capturar os insights. Para finalizar o time revê e sumariza o aprendizado para poder compartilhar e discutir internamente sobre os insights.
Referências
KUMAR. Vijay 101 Design Methods: A Structured Approach for Driving Innovation in Your Organization. New Jersey: John Wiley & Sons, 2013.
