Brand equity pode ser agregado pelo design digital ao impactar o modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação ao produto.
Toda empresa vem ao mundo para sanar um problema sentido por nós, seres humanos. Esses problemas podem ser dos mais variáveis possíveis, contudo, talvez o mais importante, é que existe um grupo de pessoas dispostas a pagar um valor financeiro (dinheiro) para que essas empresas executem seus serviços sanando, assim, esses problemas percepcionados ou sentidos por nós.
Desde lavar nossos carros, até construir um novo prédio, as empresas são agentes econômicos que cobram um valor percebido como justo e assim resolvem os problemas dos indivíduos, e, com o crescimento vertiginoso do número de pessoas no nosso planeta, as necessidades humanas não param de crescer, seja no nível individual ou social, criando, assim, novos mercados, que eu entendo como um grupo social com necessidades iguais ou parecidas que possam ser sanadas por um serviço ou produto específico.
Porém, tão crescente quanto o número de pessoas, também é o número de empresas prestando os mesmos serviços ou oferecendo os mesmos produtos, portanto a concorrência entre as empresas se torna cada vez mais acirrada, seja para conquistar, ou mesmo para se manter atuante em seus respectivos mercados.
Esse cenário, crescente principalmente desde a revolução industrial, vem encontrando na atividade do design parâmetros e ferramentas para se reinventar, mantendo suas características básicas, mas mesmo assim conseguindo surpreender e fidelizar seu cliente.
O valor econômico, que resumidamente é o valor (benefícios) percepcionado pelo cliente depois da atividade transformadora da empresa no produto por ela oferecido, alcançam ganhos incríveis com a atividade do design.
Para exemplificar, podemos partir da escolha por um aparelho celular. Muitas empresas oferecem esse produto, inclusive diversos modelos dele, porém existem aquelas empresas que figuram no imaginário das pessoas como as que possuem os produtos com maior qualidade, sejam por seu desempenho de processamento ou pela beleza percebida. Muito além de uma propaganda enganosa, a aplicação honesta do design realmente consegue transformar os produtos ao adaptá-los melhor às necessidades e características humanas.
Ciências como a ergonomia, psicologia, arte e outras, que podem ser apropriadas durante a aplicação do processo de design, contribuem para que os produtos sejam mais adequados às condições humanas e podem, inclusive, adiantar-se aos problemas sociais ajudando a diminuir o impacto negativo de nossas atividades.
Eu, particularmente, também faço empréstimo do conteúdo presente no marketing, matéria que há muito vem estudando a atividade das empresas, para contribuir com a eficácia de cada projeto que desenvolvo. Apresento, a seguir, um dos elementos que aplico em meus projetos.
Brand Equity
O brand equity foi definido por Kotler (2009, p. 270) como o “valor agregado atribuído a produtos e serviços [que reflete diretamente] no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca [e também], nos preços, na participação de mercado e na lucratividade”.
Logo ao começar um novo projeto de organização informacional ou de interação, eu parto definindo alguns critérios de brand equity e do próprio marketing para me ajudar a manter a consistência da marca também na WEB, alguns desses critérios são:
1. Público-alvo
Compreender quem é o público do meu cliente me ajuda muito a entender qual linguagem usar, que elementos visuais priorizar e até mesmo as plataformas mais indicadas, ou seja, dispositivos desktop ou mobile, website, perfil nas redes sociais, games, aplicativos específicos, e-mail marketing e outros.
2. Diferenciação
Busco identificar o que faz a marca diferente de suas principais concorrentes. Toda empresa possui em sua missão, história ou produtos algo que as faz especial, nessa fase eu estudo esses aspectos da empresa e então defino alguns elementos de diferenciação que eu possa usar na interface como elementos realçados.
3. Relevância
Compreender esse aspecto da empresa também é fundamental para compor a interface, nesse momento busco compreender como a empresa é relevante em seu mercado. Ao definir alguns pontos de relevância também ficam mais claros os elementos-chaves para definição de conteúdos que vão figurar, por exemplo, na interface de início do canal digital da marca.
4. Estima
Compreender o quanto o mercado (sociedade, concorrentes, outras empresas e etc.), respeita e conceitua a marca é muito útil para, por exemplo, definir elementos que possam desmistificar os pontos negativos percepcionados. Aqui um infográfico, um banner animado ou vídeo promocional pode ajudar a ampliar uma boa impressão ainda não explorada ou diminuir uma impressão ruim que a empresa tenha.
5. Conhecimento
Ao me perguntar quanto a marca é conhecida junto ao público-alvo, consigo definir melhor as ações digitais para ampliar ou manter seu conhecimento como, por exemplo, ações pontuais nas redes sociais, aplicativos específicos para dispositivos móveis (celular), e até mesmo e-mail marketing.
Ao atribuir os elementos de marketing junto ao projeto que eu esteja desenvolvendo, consigo construir uma visão mais macro da empresa com o cliente, assim é possível tanto manter a linguagem que a marca já possui, quanto inovar dentro dos recursos existentes para surpreender ou fidelizar o cliente-final.
Essas ferramentas que apresentei aqui são só alguns elementos que eu utilizo para ajudar na composição dos meus projetos e apoiar o brand equity.
Cada um deles oferece um desafio único e eu trago do meu repertório de conhecimentos os recursos que mais se adequem a necessidade de cada projeto.
O mais importante do designer é ser flexível suficiente para abordar diversas matérias e focado suficiente para não reinventar a marca, mas dentro de suas diretrizes, ajudar a construir uma relação mais íntima e profunda entre empresa e cliente.
Referências
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing. 12. Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.