O Animal Social de Elliot Aronson oferece respostas surpreendentes sobre o comportamento humano, fundamentadas em anos de pesquisa da psicologia social.
Isso mesmo para os comportamentos mais complexos e difíceis de serem compreendidos, como a aceitação de explicações absurdas para continuar acreditando em algo que se prova mentira.
Considerado um clássico da área, o livro explora o impacto das interações sociais em nossos pensamentos, comportamentos e emoções, muitas vezes de maneiras que nem percebemos.
Sobre Elliot Aronson
Elliot Aronson é um dos psicólogos sociais mais respeitados e influentes do mundo.
Ele nasceu em 1932 nos Estados Unidos e dedicou sua carreira a entender como o comportamento humano é moldado pelas interações sociais.
Aronson é conhecido por seus estudos sobre conformidade, dissonância cognitiva, preconceito e persuasão, áreas que influenciam diretamente a maneira como vivemos e nos relacionamos.
Seus principais feitos incluem:
- Trabalhos pioneiros sobre dissonância cognitiva (como lidamos com informações que contradizem nossas crenças).
- Criação da técnica do Jigsaw Classroom para reduzir preconceito e promover cooperação entre grupos.
- Escrita de livros e artigos que se tornaram referência na psicologia social, como O Animal Social e Age of Propaganda.
O animal social: Humanos como resultado da convivência social
Em O Animal Social, Aronson explica como o ser humano é, por natureza, uma criatura social.
Nossas decisões, emoções e comportamentos são fortemente influenciados pelo contexto social e pelas pessoas ao nosso redor.
De forma geral, o livro aborda os seguintes temas:
1. Conformidade e pressão social
Aronson mostra como tendemos a nos ajustar às normas sociais para sermos aceitos por um grupo.
Exemplo: Estudos mostram que as pessoas tendem a mudar suas opiniões em situações de grupo para se alinhar com o consenso, mesmo que discordem internamente.
2. Persuasão e influência
O livro explora como somos influenciados por argumentos, campanhas publicitárias e até pela linguagem corporal das pessoas.
Exemplo: Em um experimento clássico, Aronson mostrou que argumentos emocionais e convincentes têm maior impacto do que argumentos puramente racionais.
3. Preconceito e estereótipos
Aronson explora como formamos preconceitos e estereótipos, e como esses vieses afetam nossas decisões e comportamentos.
Exemplo: A técnica “Jigsaw Classroom” mostrou que dividir tarefas entre estudantes de diferentes grupos reduz o preconceito e melhora a cooperação.
4. Dissonância cognitiva
Aronson foi um dos principais estudiosos desse conceito, que ocorre quando nossas ações entram em conflito com nossas crenças.
Exemplo: Se você acredita que é saudável, mas fuma, isso cria um desconforto interno que pode levar à mudança de comportamento ou à reformulação de crenças (“fumar não é tão prejudicial assim”).
5. Atração e relacionamentos
A teoria de Aronson sobre atração destaca que somos atraídos por pessoas que reforçam nossa autoestima e nos oferecem validação emocional.
Exemplo: Estudos mostram que relações baseadas em apoio mútuo e validação emocional tendem a ser mais estáveis.
Pelos seus tópicos e sua abordagem, a obra se mostra extremamente atual, afinal vivemos em um mundo cada vez mais conectado, e isso intensifica as influências sociais em nossa vida.
Redes sociais, publicidade e até fake news são formas modernas de persuasão e conformidade que impactam o comportamento social.
Compreender os mecanismos sociais descritos por Aronson nos ajuda a:
- Tomar decisões mais conscientes.
- Resistir à manipulação e à pressão social.
- Construir relacionamentos mais saudáveis e genuínos.
Citações selecionadas de O Animal Social
Veja a seguir algumas das citações selecionadas da obra de Elliot Aronson.
Sobre psicologia social
“Nossa definição de psicologia social, portanto, é o estudo científico da influência da presença real, imaginada ou implícita de outras pessoas em nossos pensamentos, emoções, crenças e comportamento – e da maneira como influenciamos os outros.” (ARONSON, 2023)
“A visão em retrospectiva é perfeita.” (ARONSON, 2023)
Sobre cognição social
“Se você acha que usamos nosso poder de raciocínio para determinar a verdade, vai se frustrar ao ver como as pessoas se tornam imunes aos fatos quando discordam de você.” (ARONSON, 2023)
“[…] a maioria de nós são avaros cognitivos: buscamos maneiras de conservar a energia cognitiva (mental) e de simplificar a complexidade. Tomamos atalhos e usamos regrinhas práticas. Ignoramos algumas informações para reduzir nossa carga cognitiva.” (ARONSON, 2023)
“[…] a tendência humana de ver o mundo em termos tribais, nós-e-eles, assentou as bases para conflitos, divisão política, ódio e guerra.” (ARONSON, 2023)
“[…] estamos sujeitos ao realismo ingênuo, a tendência a acreditar que nossa interpretação subjetiva da realidade é a realidade. Nós vemos as coisas tal como realmente são; esses outros sujeitos são tendenciosos. Essa crença torna mais fácil achar que todos que não compartilham nossa perspectiva são mal orientados, ignorantes, egoístas – ou maus.” (ARONSON, 2023)
“percebemos, recordamos e aceitamos informações que confirmam aquilo que já sabemos, e tendemos a ignorar, esquecer e rejeitar informações que contradizem aquilo em que acreditamos.” (ARONSON, 2023)
“O viés de confirmação ajuda a explicar por que as pessoas se apegam tenazmente a crenças refutadas. Elas procuram qualquer vestígio de evidência para apoiar seu desejo de estarem certas, para não terem de “mudar de ideia”.” (ARONSON, 2023)
“Uma característica curiosa da mente humana desenvolvida é sua orientação para negatividade: temos a tendência a nos concentrar mais em ameaças potenciais do que em benções, uma propensão que costuma ser chamada de viés da negatividade.” (ARONSON, 2023)
“Tendo a oportunidade, é mais provável que as pessoas procurem evitar uma perda do que tentem obter um ganho, um fenômeno conhecido como aversão à perda.” (ARONSON, 2023)
“[…] se você quiser vender um produto, levar crianças a se interessarem por matemática ou história ou motivar seu melhor amigo a procurar ajuda para um problema com bebidas, conte-lhes histórias sobre uma pessoa – ou as leve a contar uma história.” (ARONSON, 2023)
“Pensar em “termos de pessoas” melhora a memória, pois, quando uma tarefa envolve pessoas, a rede de modo padrão é acionada, o que ajuda a armazenar as memórias.” (ARONSON, 2023)
“Apesar das diferenças óbvias entre um coração partido e uma perna quebrada, a razão para seres humanos falarem assim sugere que a dor social – o ferimento da rejeição, da humilhação ou do insulto – machuca tanto quanto a dor física.” (ARONSON, 2023)
“A atribuição “este criminoso é inerentemente maus” vai nos levar a apoiar políticas de investimento em presídios e em sentenças criminais mais longas e cruéis. Perceber as causas do crime como reflexo principalmente de desemprego, modelos inadequados de comportamento e analfabetismo vai resultar em políticas mais amplas, como aumento de investimentos na melhoria das escolas e isenção tributária para empresas que aplicam recursos em áreas dominadas pela pobreza.” (ARONSON, 2023)
“Confundimos sua disponibilidade na memória com sua frequência no mundo.” (ARONSON, 2023)
“O noticiário da TV [e da internet] costuma basear-se num lema: “Se sangra, passa primeiro”.” (ARONSON, 2023)
“Se podemos nos lembrar das informações e processá-las fluente ou facilmente, elas vão nos parecer “mais verdadeiras” do que se tivéssemos de nos esforçar para avaliar sua veracidade.” (ARONSON, 2023)
“Consideramos mais verídicas frases que rimam ou que são pronunciadas facilmente do que aquelas que dizem a mesma coisa, mas são menos sonoras.” (ARONSON, 2023)
[Usamos 3 heurísticas para olhar o mundo: 1. Heurística da representatividade: Quando usamos semelhanças superficiais para fazer inferências, como, por exemplo, se é caro é bom, então tudo caro é bom. 2. Heurística da disponibilidade: Quando tem mais disponibilidade na minha memória de um fato, como, por exemplo, se eu me lembro mais facilmente de mortes por ataques de tubarão do que mortes por peças de avião que caem do céu, acredito que o primeiro caso aconteça mais que o segundo, mesmo não sendo verdade. 3. Heurística do afeto: Quando nos valemos dos nossos sentimentos para moldar nossas avaliações sobre pessoas ou ideias.]
Sobre autojustificação
“As pessoas ficam motivadas a justificar as próprias ações, crenças e convicções. Quando fazem alguma coisa, vão tentar, se possível, convencer-se (e aos outros) de que era algo lógico e razoável a se fazer.” (ARONSON, 2023)
“boa parte de nosso comportamento é governada por fatores de que não temos consciência. Então, quando somos pressionados a explicar nossas ações, tentamos construir uma história que tenha sentido e que, ao mesmo tempo, satisfaça nosso desejo de parecermos bons para nós mesmos e para os demais. Essa é a essência da autojustificação.” (ARONSON, 2023)
“[…] depois que faz uma escolha firme, você tende a focalizar os aspectos positivos de suas escolhas e a minimizar as qualidades das alternativas [isso para evitar a dissonância cognitiva que é um desconforto emocional ou dor sentida quando fatos ou evidências contrariam as crenças, cognições, decisões e escolhas de uma pessoa ou grupo de pessoas. Para evitar essa dor as pessoas fazem quase qualquer coisa].” (ARONSON, 2023)
“Ao que parece, o sentimento da dissonância cognitiva pode fazer com que seu cérebro sinta dor – literalmente.” (ARONSON, 2023)
“Esta é a ironia: justamente porque acho que sou uma pessoa boa, se fizer alguma ciosa que lhe cause dor preciso me convencer de que você é uma pessoa má.” (ARONSON, 2023)
“Um fenômeno triste, mas universal, é que todas as culturas estão inclinadas a desumanizar seus inimigos referindo-se a elas com palavras cruéis e considerando-os “vermes”, “animais”, “bestas” e outras criaturas inumanas.” (ARONSON, 2023)
“Se os indivíduos concentram seu tempo e esforços na proteção de seu ego, nunca vão crescer. Para crescer, temos de aprender com nossos erros. Mas, se temos a firme intenção de reduzir a dissonância, não vamos admitir nossos erros. Em vez disso, vamos varrê-los para debaixo do tapete ou, pior ainda, transformá-los em virtudes.” (ARONSON, 2023)
Sobre conformidade
“Uma consequência do fato de sermos animais sociais é que vivemos num estado de tensão entre valores associados à individualidade e valores associados à conformidade.” (ARONSON, 2023)
“Podemos definir conformidade como a mudança no comportamento ou nas opiniões de uma pessoa como resultado de pressão real ou imaginária de outra pessoa ou grupo de pessoas. Como a teoria da evolução prediria, essa condição começa cedo – na infância – e tem fundamentos neurológicos.” (ARONSON, 2023)
“Boa parte da conformidade funciona dessa maneira; indicadores sociais no ambiente dizem-nos o que os outros estão sentindo, pensando ou fazendo, o que, por sua vez, influencia aquilo que sentimos, pensamos e fazemos.” (ARONSON, 2023)
[Existem 3 tipos de conformidade: 1. Observância (sou observado e serei punido se não agir conforme); 2. Identificação (alguém que eu gosto e me identifico acha aquilo importante e eu quero sua admiração); e 3. Internalização (eu estou convencido que aquilo é bom e justo).]
Sobre comunicação de massa, propaganda e persuasão
“Além de nos privar de oportunidades para desenvolver habilidades sociais, a imersão pesada em sites de redes sociais pode estimular as pessoas a se tornarem mais autocentradas e narcisistas, e a acreditarem que fama, riqueza e popularidade são mais importantes do que amizade, generosidade e comunidade.” (ARONSON, 2023)
“O noticiário é uma forma de entretenimento. Quando os encarregados da programação de notícias decidem quais eventos devem ser cobertos – dentre milhares de histórias que ocorrem todos os dias em nível local, nacional e internacional – e, depois, quais deverão ser apresentadas ao público, eles tomam suas decisões, em grande parte, com base no valor de entretenimento do material.” (ARONSON, 2023)
“Logo, os noticiários tendem a se concentrar no comportamento violento ou destrutivo de terroristas, assassinos, manifestantes, grevistas, policiais ou celebridades descontroladas, pois a ação é mais excitante para o espectador do que a imagem de pessoas comportando-se de forma pacífica e organizada.” (ARONSON, 2023)
“Como disse Hermann Goering, um dos principais auxiliares de Hitler, antes de ser condenado à morte em Nuremberg: “As pessoas sempre podem ser levadas a fazer o que seus líderes ordenam… Tudo que precisamos fazer é dizer-lhes que estão sendo atacadas e denunciar os pacifistas por falta de patriotismo e por exporem o país ao perigo. Funciona em qualquer país”.” (ARONSON, 2023)
“Quanto maior a atenção da mídia sobre um evento, mais ele se torna “contagioso” e maior a probabilidade de outros se sentirem inspirados a fazer a mesma coisa.” (ARONSON, 2023)
“Um ambiente assim [onde as pessoas confiam em suas próprias ideias e em sua rede social para determinar o que devem acreditar] estimula a categorizar informações como educação se concordamos com suas implicações ou como propaganda política se não concordamos.” (ARONSON, 2023)
“Políticos e grupos de ação política costumam dar apelidos que disfarçam o verdadeiro conteúdo da legislação, dependendo se querem que ela tenha sucesso ou fracasso.” (ARONSON, 2023)
“Assim, apelos que induzem medo são especialmente eficazes se ressoarem com nossa programação evolutiva para temer o ataque de uma ameaça que parece imediata e intencional.” (ARONSON, 2023)
“Geralmente, políticos tentam inspirar indignação moral porque isso une seus seguidores e os leva a assinar petições, doar dinheiro e se mexer para votar contra qualquer coisa que lhes cause indignação.” (ARONSON, 2023)
“[…] invocar a identidade da pessoa pode ter efeito sutis, mas poderosos […] as crianças ajudaram mais quando lhes perguntaram “Quem quer ser um ajudante?” em vez de “Quem quer ajudar?”. (ARONSON, 2023)
“[…] quando deparamos com alguém que discorda de nós, isso nos deixa desconfortáveis porque sugere que nossas opiniões ou ações podem estar erradas ou baseadas em desinformações – ou, Deus nos livre, que somos incompetentes ou tolos.” (ARONSON, 2023)
“[…] em nível pessoal, a reatância leva-nos a contrariar ordens ou instruções que nos dizem como temos de nos comportar.” (ARONSON, 2023)
“[…] provocadores, propagandistas políticos e disseminadores de ódio – como os defensores da Ku Klux Klan e de outros grupos de supremacia branca – dedicam-se a um discurso abusivo. Não estão interessados, nem de longe, em educar alguém ou discutir suas ideias, e por isso não há razão para convidá-los a falar numa instituição de ensino. Mas eles não devem ser postos na mesma categoria que acadêmicos sérios dos quais discordemos.” (ARONSON, 2023)
Sobre agressão humana
“Quando “ser homem” é algo definido pela competitividade e pela força, os homens tentam constantemente “provar” sua masculinidade e status em exibições de agressividade.” (ARONSON, 2023)
“A mensagem é clara: atividade física – como esmurrar um saco de pancadas ou praticar um esporte agressivo – não dissipa a raiva nem reduz a agressividade subsequente contra a pessoa que a provocou. Na verdade, os dados levam-nos precisamente em sentido contrário: quanto mais aquela pessoa extravasa a raiva comportando-se agressivamente, mais furiosa fica, tornando-se ainda mais agressiva. Extravasar a raiva – direta ou indiretamente, verbal ou fisicamente – não reduz a hostilidade, mas a aumenta.” (ARONSON, 2023)
“Cometer atos de violência aumenta nossos sentimentos negativos sobre as vítimas.” (ARONSON, 2023)
“De todas as condições desagradáveis que provocam agressão – raiva, dor, calor excessivo, fome e rejeição –, o principal instigador da agressão e a frustração.” (ARONSON, 2023)
“Quando o colunista desportivo Grantland Rice disse, “Não importa se você ganha ou perde, mas como joga o jogo”, certamente não estava descrevendo a ideia dominante na vida estadunidense; estava expressando a esperança de podermos, de algum modo, nos livrar de nossa preocupação mórbida com a vitória a todo custo e, em lugar disso, focar em jogar com dignidade, competência e espírito generoso.” (ARONSON, 2023)
Sobre preconceito
“Os psicólogos sociais têm definido preconceito de diversas maneiras, mas aqui vou defini-lo como uma atitude negativa contra todos os membros de um grupo distinguível, baseada somente no pertencimento desses indivíduos a esse grupo.” (ARONSON, 2023)
“A pessoa profundamente preconceituosa é virtualmente imune a informações diferentes de seus estereótipos preferidos.” (ARONSON, 2023)
“É por essa razão que tentar convencer as pessoas a abandonar seus preconceitos tende a ser fútil; tais crenças estão profundamente enraizadas na lógica, e por isso elas raramente cederão.” (ARONSON, 2023)
“É isso que os demagogos fazem, líderes políticos que buscam o poder explorando os preconceitos, medos e ressentimentos das pessoas, canalizando esses sentimentos para bodes expiatórios – grupos minoritários, “inimigos” externos – que são culpados por todos os problemas.” (ARONSON, 2023)
“Portanto, de forma bem real, menosprezar grupos externos pode elevar nossa autoestima.” (ARONSON, 2023)
“[…] se as pessoas estão compelidas [obrigadas] a ouvir informações incompatíveis com suas atitudes arraigadas, vão rejeitá-las, distorcê-las ou ignorá-las – assim como o sr. X manteve sua atitude negativa contra os judeus, apesar da informação refutadora do sr. Y. (O mesmo processo está em funcionamento – com amplificação – nas atuais “bolhas de filtro” da mídia social.).” (ARONSON, 2023)
“Como foi que Sherif conseguiu reduzir a hostilidade? Colocando os dois grupos de garotos em situações nas quais precisavam cooperar para atingir um objetivo.” (ARONSON, 2023)
“Parece que aqui o fator principal é a interdependência para alcançar objetivos mútuos: uma situação na qual indivíduos precisam uns dos outros para obter sucesso.” (ARONSON, 2023)
“Se você quer reduzir o preconceito, coloque as pessoas numa equipe com um propósito comum. Até “atitudes implícitas”, mantidas inconscientemente, podem ser modificadas pelo trabalho em equipe e pela empatia.” (ARONSON, 2023)
Sobre gostar, amar e conectar
“Você não precisa estar num relacionamento exclusivo, em outras palavras, para estar conectado.” (ARONSON, 2023)
“Agora, volto-me para cinco fatores consistentes que exercem uma influência profunda sobre nossa escolha de amigos e parceiros românticos: tendemos a gostar das pessoas que vivem próximo de nós; que consideramos similares a nós; que gostam de nós; e que são fisicamente atraentes.” (ARONSON, 2023)
“Em suma, gostamos de ser queridos – e, quanto mais inseguros nos sentirmos, mais gostaremos de alguém que gosta de nós.” (ARONSON, 2023)
“Eis o paradoxo da escolha em ação: opções ilimitadas nos fazem comparar nossa escolha atual com uma fantasia. E ninguém consegue concorrer com uma fantasia.” (ARONSON, 2023)
“Aquele que uma vez lhe fez uma gentileza estará mais disposto a fazer-lhe outra do que aquele a quem você mesmo obsequiou”. (ARONSON, 2023)
“Esse tipo de discussão é familiar entre pessoas que mora juntas. Os dois lados têm sentimentos e preocupações, mas, em vez de discuti-los abertamente – e de identificá-los corretamente -, permitem que os sentimentos se transformem em hostilidade, que só exacerba a mágoa e a insegurança que deram início à discussão.” (ARONSON, 2023)
“Por conversa franca, refiro-me à clara expressão de sentimentos e preocupações por parte de uma pessoa sem acusar, culpar, julgar ou ridicularizar a outra. A conversa franca é eficaz justamente porque permite ao interlocutor ouvir sem ficar na defensiva.” (ARONSON, 2023)
“Em contraste, casais que tiveram conversas francas e fizeram atribuições situacionais ficaram cada vez mais felizes com o casamento.” (ARONSON, 2023)
“Não é prudente revelar sua vulnerabilidade a alguém que é seu inimigo jurado e que vai usar esse conhecimento contra você. Mas é quase certo que ocultar sua vulnerabilidade de uma pessoa querida e que se preocupa com você é uma tolice.” (ARONSON, 2023)
“Para que a comunicação seja eficaz num relacionamento próximo, devemos poder dar e receber feedback imediato sobre a maneira como nossas palavras e nossos comportamentos são interpretados.” (ARONSON, 2023)
“Imagine que faço alguma coisa que enfurece minha melhor amiga, que também é minha esposa. Se ela não expressar essa raiva, talvez eu nunca perceba que a enfureci. Imagine que ela me dá um feedback imediato, dizendo o que minha ação a fez sentir. Agora, tenho pelo menos duas opções: posso seguir me comportando da mesma forma, deixando-a furiosa, ou posso parar de me comportar dessa maneira. A opção é minha. Aquilo que fiz pode ser tão importante para mim que não quero abrir mão disso. Por outro lado, os sentimentos de minha esposa podem ser tão importantes para mim que resolvo parar de fazer a coisa que a enfurece. Na ausência de qualquer informação sobre o efeito do meu comportamento, não tenho opção. Além disso, saber exatamente como ela se sente acerca de determinada ação permite-me explorar um modo diferente de satisfazer minhas necessidades e também as dela.” (ARONSON, 2023)
“Mike não estava expressando um sentimento; estava interpretando o comportamento de David e julgando-o. Apalavra “sentimento” tem diversos significados. Nesse contexto, não significa “palpite” ou “hipótese”, como quando dizemos “Sinto que tenho razão”. Ao dizer sentimento, refiro-me especificamente a raiva ou alegria, tristeza ou felicidade, perturbação, medo, desconforto, simpatia, mágoa, inveja, ciúme, empolgação e coisas assim.” (ARONSON, 2023)
“Mike pensou um pouco e disse: “Bem, acho que Dave é um falso”. Nem preciso dizer que isso não é um sentimento, como acabei de definir; essa é uma opinião e um juízo expressado na linguagem dos sentimentos.” (ARONSON, 2023)
“Com o tempo, Mike assumiu seu sentimento real, a inveja; ele queria ter o charme a popularidade de Dave.” (ARONSON, 2023)
“Quando uma pessoa aprende a expressar seus sentimentos sem julgar a outra pessoa como incorreta, insensível ou indiferente, raramente o problema se agrava.” (ARONSON, 2023)
Sobre psicologia social como ciência
“O método científico – independente de ser aplicado à física, química, biologia ou psicologia social – é o melhor meio de que nós, humanos, dispomos para satisfazer nossa fome de conhecimento e de compreensão.” .” (ARONSON, 2023)
“Como disse certa vez Richard Feynman, meu físico preferido: “Não importa o quão bela seja sua suposição ou quão inteligente ou famoso seja quem faz a suposição; se o experimento discorda do palpite, então a suposição está errada. Isso é tudo”. Na minha opinião, isso é tanto a essência da ciência quanto sua beleza. Não verdades sagradas na ciência.” (ARONSON, 2023)
Referências
ARONSON, Elliot; ARONSON, Joshua. O animal social. São Paulo: Editora Goya, 2023. Recurso Eletrônico.
Jigsaw. Faberhaus Play. Disponível em: <https://faberhausplay.com.br/jigsaw-classroom/>. Acesso no dia da postagem.
