A melhor companhia somos nós mesmos, ou pelo menos deveríamos ser, afinal alguém que nos conhece em detalhes profundos, sabe de todos nossos defeitos e nossas qualidades, que ri e chora com a gente e está o tempo todo ao nosso lado precisa ser uma cia agradável.
Não tem como viver sem ter esse alguém como uma companhia com quem gostamos de estar, na medida do possível, afinal ela estará ali todos os dias, em todos os momentos, constantemente.
Estar só para nós humanos, não é estar realmente só, afinal nossas mentes estão sempre divagando, procurando significados e criando uma comunicação ativa com “a gente mesmo”.
Nesse sentido, não vai haver no mundo uma melhor companhia para nós do que a gente mesmo.
E por vezes nem por gosto ou romantismo, mas pelo simples fato de que é inevitável estarmos sós, mesmo que nossos celulares tentem de todas as formas roubar esses momentos, eles vão acontecer.
Ser minha melhor companhia nem sempre foi fácil, a mente inquieta busca as dores, o julgamento e estar consigo mesmo às vezes pode ser muito difícil, mas quando encontramos o equilíbrio, é um dos prazeres mais gostosos da vida.
Rir consigo mesmo, dormir vivenciando o estar presente e mesmo as brigas internas vão encontrando meios de existir, de se exprimir e serem caladas quando necessário.
Estar só é um dos maiores prazeres com o qual a vida me presenteou. E não digo isso apostando em uma vida sem mais ninguém, mas apenas ressaltando como esses momentos podem ser especiais.
Por vezes precisamos sim da companhia do outro, mas estamos sabendo aproveitar os momentos em que estamos sós?
Comer, viajar, ir ao mercado, caminhar, ver um filme sozinho pode ser um deleite leve, tranquilo e divertido.
Acho que ninguém me faz rir mais que eu mesmo, ninguém consegue compreender profundamente minhas coisas, minhas manias, meu jeito de ver o mundo e me expressar do que meu eu.
Ninguém consegue abraçar de forma tão profunda tudo que eu sou, de bom e mau, e viver ao meu lado.
Não que seja uma convivência fácil o tempo todo, pelo contrário, quantas brigas internas, quantas cobranças, mas no fim fui aprendendo a lidar com tudo isso, com tudo que eu sou.
Hoje, dirigindo sozinho pela cidade, eu ri. Ri de forma leve e solta. Ri de piadas infantis que eu faço dentro da minha mente. Ri porque estava completo, feliz e solto comigo mesmo.
Há um universo inteiro dentro do meu eu e explorá-lo só depende de mim mesmo, e isso é incrível.
No fim, como é bom estar só de tempos em tempos, estar em minha companhia apenas, vivenciando cada detalhe com uma leveza que só eu consigo me proporcionar.