Organizar os insights de um produto: 20 métodos possíveis

Organizar os insights de um produto é o quarto passo na abordagem proposta em 101 Design Methods de Vijay Kumar para inovações bem-sucedidas.

É o momento de ordenar e agrupar os dados coletados nos três módulos anteriores e começar a encontrar os padrões mais importantes.

Nesse módulo os dados contextuais são analisados para se encontrar padrões que pontuem as oportunidades ou nichos possíveis dentro do mercado inexplorado.

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É usado, então, uma variedade métodos para se ganhar múltiplas perspectivas do contexto, alcançando um entendimento mais completo.

As diretrizes ou princípios gerados nesse módulo ajudam a seguir para o próximo módulo, onde serão explorados conceitos e possíveis construções de soluções.

Principais passos para organizar os insights de um produto

  1. Encontrar os insights: Identificar padrões nos resultados da pesquisa sobre as pessoas, sobre o contexto e na busca por insights.
  2. Modelar sistemas: Diagramar o contexto como um sistema que exiba os componentes, as relações, os atributos e o fluxo de valor.
  3. Encontrar agrupamentos: Ordenar dados de diferentes maneiras para encontrar os vários agrupamentos possíveis, revelando diferentes insights em alto nível.
  4. Encontrar padrões: Visualizar os achados da pesquisa como diagramas para revelar pontos de atenção, lacunas e sobreposições de informações.
  5. Desenvolver perfis: Definir os atributos dos principais stakeholders e outras partes envolvidas no sistema.
  6. Mapear fluxos: Visualizar como o valor flui em meio a rede de usuários, fornecedores, fabricantes e outros stakeholders.
  7. Mapear as experiências: Diagramar as jornadas do usuário no espaço e no tempo, descobrindo os pontos de dor e exibindo as oportunidades.
  8. Mapear as estruturas: Sumarizar os insights e sua tradução em estruturas e diretrizes para guiar a geração de conceitos.

Resumo dos 20 métodos possíveis para organizar os insights de um produto

1. Observações para insights (Observations to insights)

Metodologia para pensar sistematicamente sobre todas as observações levantadas nas pesquisas e extrair insights úteis. Nela o time reúne observações e as descreve, questiona os achados e encontra um raciocínio lógico por trás deles, descreve os insights vindo desse raciocínio e por fim organiza e discute esses insights.

2. Classificação de insights (Insights sorting)

Metodologia para organizar todos os insights levantados na pesquisa. Nela o time revê a pesquisa e os insights levantados, debate sobre eles e os agrupa de forma que faça algum sentido lógico. Por fim o time pode discutir os próximos passos.

3. Consulta nas bases de dados sobre o usuário (User observation database queries)

Metodologia para buscar conteúdos nas bases de dados criadas nos momentos de pesquisa usando palavras-chave. Nela o time levanta as hipóteses vinda das pesquisas, lista as palavras-chave relacionadas a elas e procura nas bases por itens relacionados a essas palavras. Depois o time revisa o resultado da pesquisa, modifica as consultas e repete as buscas terminando com um debate sobre os achados.

4. Análise de respostas dos usuários (User response analysis)

Metodologia para analisar grandes dados qualitativos organizados de pesquisas, questionários, entrevistas ou outros métodos etnográficos. Nela o time reúne o conteúdo sobre o usuário em uma planilha, reduz e organiza os dados, determina os tipos de pesquisa a ser conduzida e define técnicas visuais para organizar os resultados. Por fim o time analisa o visual buscando por padrões e insights que podem ser registrados para futuras consultas.

5. Diagrama do sistema ERAF (ERAF systems diagram)

Metodologia para criar um diagrama de alto nível sobre o contexto a ser explorado ajudando a pensar sobre todos os elementos do sistema e suas interações. Nela o time identifica as entidades do sistema, define as relações e fluxos entre essas entidades, define os atributos delas e refina a rede do diagrama, daí o nome do diagrama ser ERAF: Entities (entidades), Relations (relações), Attributes (atributos) e Flows (fluxos). Por fim se analisa o diagrama e se discute para extrair insights.

6. Desenho da cadeia de valor entre stakeholders (Descriptive value web)

Metodologia para mostrar as relações entre os stakeholders de um projeto e como as trocas e o fluxo acontece entre eles. Nela o time lista todos os stakeholders relevantes no contexto do projeto, determina os fluxos de valor e desenha a cadeia desses fluxos. Por fim o time pode analisar a cadeia, revisá-la e refiná-la.

7. Mapa de posicionamento de entidades (Entities position map)

Metodologia para posicionar entidades em um mapa com duas intersecções relevantes para o projeto. Nela o time identifica as entidades importantes para a comparação, determina os atributos das intersecções, cria o mapa e posiciona as entidades. Depois o time pode analisar o mapa e procurar por insights.

8. Diagrama de Venn (Venn diagramming)

Metodologia para analisar sobreposições entre dois ou mais elementos. Nela o time identifica entidades para analisar, agrupa elas de acordo com suas características, analisa esses grupos e suas possíveis sobreposições. Por fim o time pode debater e procurar por insights relevantes.

9. Diagrama de árvore / semi-treliça (Tree/semi-lattice diagramming)

Metodologia para analisar as relações hierárquicas entre entidades. Nela o time identifica as entidades nos mais variados níveis, constrói o diagrama de árvore e analise as estruturas procurando por insights.

10. Matriz de agrupamento simétrico (Symmetric clustering matrix)

Metodologia para compreender a relação entre entidades a partir de um agrupamento simétrico. Nela o time lista as entidades para o agrupamento, determina a relação entre elas e determina uma pontuação para mensurar essas relações criando uma matriz simétrica a partir disso. Depois o time pontua as relações, organiza a matriz, identifica os grupos e os nomeia. Por fim o time pode capturar insights, criar estruturas e compartilhar os conhecimentos gerados.

11. Matriz de agrupamento assimétrico (Asymmetric clustering matrix)

Metodologia para compreender a relação entre entidades a partir de um agrupamento assimétrico. Nela o time lista as entidades para agrupar, determina a relação entre elas e determina a pontuação para mensurar essas relações. Depois o time cria uma matriz assimétrica, pontua as relações e organiza a matriz. Por fim o time identifica os agrupamentos possíveis, os nomeia e discute os insights encontrados.

12. Atividade da rede de interesse (Activity network)

Metodologia para estruturar as atividades dos stakeholders e mostrar como elas se relacionam. Nela o time lista as atividades de interesse para a análise, determina as relações entre elas e uma pontuação possível para medi-las. Depois o time cria uma matriz assimétrica, pontua essas relações e organiza a matriz. Por fim o time pode identificar grupos e os nomear, criar o diagrama da rede de conexões e capturar insights.

13. Matriz de insights por agrupamento (Insight clustering matrix)

Metodologia para agrupar insights e organizar insights mostrando suas relações e hierarquias. Nela o time lista as entidades para o agrupamento, determina a relação entre as entidades e determina uma pontuação para mensurar as relações entre elas. O time então cria uma matriz simétrica, pontua as relações e organiza essa matriz. Por fim o time pode identificar os grupos e os nomear, capturando insights logo depois.

14. Matriz de análise por perfil semântico (Semantic profile)

Metodologia para fazer perfis das entidades baseados em escalas semânticas e comparar os perfis. Nela o time seleciona as entidades que deseja comparar, define os principais atributos para as escalas, cria um diagrama semântico e cria os perfis das entidades. Depois se analise os padrões e captura os insights.

15. Análise de usuários por grupos (User groups definition)

Metodologia para definir os diferentes tipos de usuários presentes em um contexto. Nela o time lista as atividades dos usuários e os tipos de usuários, atribui uma escala possível para análise e cria um mapa 2X2 para posicionar os usuários. Depois o time define os grupos de usuários, descreve características comuns entre os grupos e discute os achados.

16. Mapeamento da experiência convincente (Compelling experience map)

Metodologia para mapear a experiência de uso usando a jornada dos 5Es. Nela o time seleciona uma experiência para analisar e cria uma planilha para fazer a análise, descreve a jornada dos 5 Es (Atração, Entrada, Engajamento, Saída e Retorno), pontua entre os seis atributos focais presentes nos momentos (Definido, Novo, Imersivo, Acessível, Significante e Transformador) e analisa o mapa de experiência procurando insights e pontos de melhoria.

17. Mapeamento da jornada do usuário (User journey map)

Metodologia para mapear a jornada do usuário em um contexto específico. Nela o time gera uma lista de todas as atividades, as agrupa e mostra os grupos de atividades como pontos em uma linha de tempo. Depois o time procura por pontos de dor ou problemáticos, estende o mapa com informações adicionais e procura por insights. Por fim o time sumariza os achados.

18. Estrutura sumarizada de achados (Summary framework)

Metodologia para criar uma estrutura sumarizada dos achados das pesquisas e análises de forma a facilitar organizar insights dentro do projeto. Nela o time revê os principais achados da pesquisa e análises, cria uma tabela de referências e monta uma estrutura sumarizada para futuras consultas. Por fim o time pode compartilhar a estrutura e atualizá-la quando necessário.

19. Geração dos princípios de design (Design principles generation)

Metodologia para transformar insights em princípios de design. Nela o time reúne todos os achados vindos das pesquisas e análises, normaliza eles em uma lista finita de insights e gera os princípios de design a partir do conteúdo. Por fim o time encontra de três a dez princípios de alto nível e os sumariza para guiarem o projeto.

20. Workshop de análise (Analysis workshop)

Metodologia para conduzir uma sessão de trabalho para entender os insights, encontrar padrões e criar estruturas para ideação. Nela o time planeja o workshop, reúne os insights já definidos, facilita as atividades e revê os insights, gerando mais, se necessário. Por fim o time agrupa os insights em uma estrutura analítica e sumariza os resultados do workshop.

Referências

KUMAR. Vijay 101 Design Methods: A Structured Approach for Driving Innovation in Your Organization. New Jersey: John Wiley & Sons, 2013.

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