Hooked: Como construir produtos formadores de hábito é uma obra de Nir Eyal que explica como empresas podem desenvolver soluções formadoras de novos hábitos.
O objetivo é tornar essas soluções grandes sucessos de uso como atualmente são os serviços do Facebook, Instagram, Google e outros.
Segundo o próprio Nir, Hooked é uma experiência para conectar o cliente e a solução com frequência suficiente para tornar isso um hábito.
Porém, o autor lembra que para isso é importante termos consciência de influenciar os comportamentos de forma responsável e consciente, afinal não queremos pessoas viciadas ou doentes, apenas trabalhamos para facilitar a adoção de novas tecnologias que às vezes demoram para cair no gosto das pessoas.
Nir lembra que essas soluções começam como brinquedos antes de se tornarem um hábito – como foi o próprio Facebook –, e Hooked tem como objetivo contribuir para acelerar essa adoção e seu crescimento.
Isso por que grande parte dos financiadores procuram por soluções que se apresentem como matadoras de dores, mas além dessas existem as vitaminas, que também contribuem para aliviar certas dores, mesmo que não aparentes logo de cara.
Dessa forma é possível que as pessoas procurem por um produto por prazer primeiro, para depois torna-los parte de suas vidas cotidianas.
Para desenvolver esse tipo de solução Hooked apresenta 4 etapas interconectadas por um símbolo do infinito:
- Gatilho (Trigger);
- Ação (Action);
- Recompensa (Reward);
- Investimento (Investment).
Porém, para compreender esse caminho, o primeiro ponto é entender um pouco melhor o que é um hábito.
Definição de hábito no contexto de Hooked
Hábito dentro do contexto de Hooked é um comportamento que costuma ser realizado com pouco ou nenhum pensamento consciente e quando não é feito nos causa alguma dor.
Ou seja, são aquelas coisas que fazemos cotidianamente no automático e sentimos falta quando não fazemos.
Nossos hábitos são criados pela frequência com que fazemos as coisas e pela atitude que temos a respeito delas.
Assim, para se criar hábitos em nossas soluções é importante compreender com que frequência conseguimos motivar os clientes a interagir com ela e quanto eles sentem que fazer isso é bom, prazeroso ou é parte de sua responsabilidade.
E nesse ponto é importante lembrar que motivar o uso da solução não pode se tornar algo chato ou obrigatório para o cliente, pois isso só o afastará.
Nem tão pouco o cliente concordará em fazer algo que ele pensa ser de responsabilidade do serviço ou de outras partes.
Contudo, uma vez criado o hábito é muito bom para as marcas, pois cria um valor de uso mais duradouro para os clientes, aumenta a barreira contra concorrentes, amplia a curva de crescimento e ainda dá mais margem para preços mais altos.
Mesmo assim vale lembrar que nem todas as soluções precisam ser formadoras de hábito, isso depende muito do modelo de cada negócio.
De modo geral, só precisamos formar um hábito para funcionalidades para as quais os clientes não vão se engajar naturalmente.
Outro ponto importante é que um hábito não necessariamente torna a solução viral, para isso acontecer é necessário inserir elementos especificamente para isso.
Para começar o projeto também é interessante ter em mente algumas perguntas iniciais como, por exemplo:
- Que problemas os clientes vão resolver com a solução?
- Como eles resolvem esses problemas hoje e por que não precisam de outras soluções?
- Qual a frequência que se espera que os clientes se engajem com a solução?
- Que ação se espera tornar um hábito?
Veja as outras postagens para conhecer sumariamente cada uma das etapas de Hooked: 1. Gatilho (Trigger); 2. Ação (Action); 3. Recompensa (Reward) e 4. Investimento (Investment).
Referências
EYAL, Nir. Hooked: How to build habit-forming product. Londres: Penguin, 2014.