Design Emocional de Donald Norman fala sobre como os comportamentos visceral, comportamental e reflexivo e como eles impactam o design.
Design emocional é o conceito de como criar designs que evocam emoções que resultam em experiências positivas do usuário.
Os designers pretendem alcançar os usuários em três níveis cognitivos – visceral, comportamental e reflexivo – para que eles desenvolvam apenas associações positivas (por vezes incluindo emoções negativas) com produtos, marcas, etc.
Os três níveis para o design podem ser entendidos como:
- Visceral: Reações instintivas dos usuários ou suas primeiras impressões sobre seu design; por exemplo, uma interface de usuário organizada sugere facilidade de uso.
- Comportamental: Os usuários avaliam subconscientemente como seu design os ajuda a atingir objetivos e com que facilidade. Eles devem se sentir satisfeitos por estarem no controle, com o mínimo de esforço necessário.
- Reflexivo: Depois de encontrarem seu design, os usuários julgarão conscientemente seu desempenho e benefícios, incluindo a relação custo-benefício. Se estiverem felizes, continuarão a usá-lo, formarão laços emocionais com ele e contarão aos amigos.
O tema também já foi explorado pelo designer Travor Van Gorp que abordou como isso constrói relações mais duradouras e melhores entre clientes e empresas.
Citações selecionadas de Design emocional para UX
Como profissionais de UX, nós nos esforçamos em projetar experiências encantadoras. Essas experiências ajudam a construir relações entre os produtos que criamos e as pessoas que os usam. Seja projetando um website ou um produto físico, a criação de uma relação depende do quanto útil, fácil de usar e prazerosa essa experiência é. Ultimamente, nós construímos relações com os produtos e serviços pelas mesmas razões pelas quais criamos com as pessoas:
Produtos prazerosos são atrativos e nos fazem sentir bem. Pessoas atraentes podem exercer o mesmo efeito.
Produtos com boa usabilidade são fáceis de interagir e de serem entendidos. Boas conversas também são assim.
Produtos úteis preenchem nossas necessidades de forma a nos deixar emocionalmente satisfeitos por um longo tempo. Relações duradouras podem preencher nossas necessidades físicas, fisiológicas, emocionais e espirituais.
“[…] emoções comandam nossas emoções” (GORP, 2010, p. 1)
“[Design afetivo é] intencionalmente criado para capturar a atenção dos usuários, desencadeando uma resposta emocional que amplia a probabilidade de ele se comportarem de uma certa maneira. A reposta emocional pode ser consciente ou inconsciente” (GORP, 2010, p. 1)
“Os produtos que projetamos precisam ser atraentes para os usuários com base em como eles parecem e soam, os persuadindo (por meio de seus sentimentos) a se aproximar ou se afastar” (GORP, 2010, p. 1)
“O modo como esses produtos interagem precisa persuadir os usuários a agirem de certas maneiras em uma sequencia pré-determinada, enquanto também proporcionam aos usuários a sensação de que estão no controle” (GORP, 2010, p. 1)
“Julgamentos de valor é a comparação entre o que é bom (prazer) versus o que é ruim (não prazeroso), é a excitação está relacionada a sensação de ansiedade versus tédio” (GORP, 2010, p. 2)
“Humanos são seres tão sociais que percebemos expressões de emoção em tudo, inclusive em produtos, objetos e websites. Como produtos normalmente permanecem os mesmos durante muito tempo, qualquer expressão emocional percebida neles são interpretados como traços de personalidade daquele produto com o tempo” (GORP, 2010, p. 4)
“Para os websites e aplicativos, a personalidade é inferida pelo uso da linguagem, sons, navegação, proporções, layout, contraste, cor, imagens e fontes que compreendem as propriedades formais do design” (GORP, 2010, p. 5)
“Experiências úteis, com boa usabilidade e prazerosas ajudam a facilitar a criação de relações” (GORP, 2010, p. 8)
Citações selecionadas de Design Emocional de Donald Norman
“O resultado de tudo que você faz tem tanto um componente cognitivo quanto um afetivo – cognitivo para dar significado, afetivo para dar valor” (NORMAN, 2004, p. 25)
“Mais importante, o estado afetivo, seja positivo ou negativo, muda a forma como nós pensamos” (NORMAN, 2004, p. 25)
“Com o aspecto positivo, você está mais condicionado a ver a floresta do que as árvores, ver mais o quadro geral e não se concentrar nos detalhes. De outro lado, quando você se sente triste ou ansioso, sentimentos negativos, você está mais aberto para ver árvores que a floresta, os detalhes do que a quadro geral” (NORMAN, 2004, p. 26)
“O nível visceral é pré-consciente, antes do pensamento. Esse é o lugar onde a aparência e as primeiras impressões são formatadas. Design visceral é sobre o impacto inicial do produto, sobre sua aparência, toque e sensações” (NORMAN, 2004, p. 37)
“O nível comportamental é sobre o uso, sobre a experiência com o produto” (NORMAN, 2004, p. 37)
“Existe outra diferença entre os níveis: o tempo. O visceral e o comportamental são sobre o agora, seus sentimentos e experiências enquanto você está vendo ou usando o produto. Mas o nível reflexivo se expande por muito mais – nos pensamentos reflexivos você lembra do passado e contempla o futuro. O design reflexivo, assim sendo, é sobre relações de longo prazo, sobre sentimentos de satisfação proporcionados pelo possuir, exibir e usar um produto” (NORMAN, 2004, p. 38)
“Os três níveis podem ser mapeadas no produto da seguinte forma: Design Visceral: Aparência; Design Comportamental: Prazer e efetividade de uso; e Design Reflexivo: Autoimagem, satisfação pessoal e memórias” (NORMAN, 2004, p. 39)
“Nós gostamos de coisas atrativas por causa do modo como elas nos fazem sentir” (NORMAN, 2004, p. 47)
“O primeiro passo em um bom design comportamental é entender como as pessoas usarão o produto” (NORMAN, 2004, p. 71)
“Existem dois tipos de desenvolvimento de produto: o de aprimoramento e o de inovação. Aprimoramento significa pegar um produto ou serviço existe e fazê-los ficarem melhor. Inovação proporciona um jeito completamente novo de fazer algo, ou um algo completamente novo, que não era possível antes” (NORMAN, 2004, p. 71)
“Sua abordagem inovadora, simplicidade e elegância na forma e no desempenho cria uma apreciação e desejo de posse não apenas para o objeto mas para o valor que ele cria, incluindo inovação, originalidade, elegância e sofisticação” (NORMAN, 2004, p. 114)
“Ele promete realizar ações ordinárias e extraordinárias. Também promete levantar o status do proprietário para um nível mais alto de sofisticação por reconhecer no produto suas qualidades” (NORMAN, 2004, p. 114)
Referências
NORMAN, Donald A. Emotional Design: Why We Love Or Hate Everyday Things. Nova York: Basic Books, 2004.
WHAT is emotional design. Interaction Design. Disponível em: <https://www.interaction-design.org/literature/topics/emotional-design>. Acesso em 24 de mar. de 2011.
GORP, Travor Van. Emotional Design with A.C.T. – Part 1 . 2010. Disponível em: <http://boxesandarrows.com/emotional-design-with-a-c-t-part-1/>. Acesso em 24 de mar. de 2011.