Estava observando a retirada do botão físico frontal em um celular e algo me venho à mente.
Você já parou para pensar em como a busca pelo “novo” pode acabar excluindo quem mais precisa da tecnologia?
Foi exatamente isso que percebi observando minha avó tentando usar um celular moderno.
Sem o antigo botão físico frontal — aquele que levava direto para tela inicial — ela ficou perdida.
O que antes era simples, virou um desafio. E isso me acendeu um alerta: estamos sacrificando a acessibilidade em nome do hype?
No vídeo que acompanha este post, falo sobre como a retirada de certos elementos “ultrapassados” pode parecer uma boa ideia para agradar quem está por dentro das tendências. Mas será mesmo que vale a pena?
O botão frontal era mais que um detalhe estético.
Ele era uma âncora. Um ponto de retorno seguro para quem não cresceu deslizando o dedo na tela.
Um recurso intuitivo, tátil e confortável.
Tirar isso sem pensar em quem ainda depende disso é um erro de projeto e, pior ainda, uma forma de exclusão.
A tecnologia precisa ser bonita, sim. Mas precisa ser justa também.
Não adianta criarmos interfaces premiadas se elas não servem para todas as pessoas que precisam usá-las.
E quando os serviços essenciais (como saúde, transporte e acesso a benefícios do governo) estão cada vez mais nos celulares, o buraco é ainda mais embaixo.
O design precisa incluir. Precisa pensar em todas as faixas etárias. Precisa ter responsabilidade social.
No vídeo, eu conto mais sobre essa experiência e provoco uma reflexão importante para quem trabalha (ou consome) tecnologia:
Será que estamos projetando para todos? Ou só para quem parece com a gente?
Referências
Faberhaus Play. Diego Felix fala sobre o envelhecimento ativo que pode inspirar o design para idosos. Disponível em: <https://faberhausplay.com.br/diego-felix>. Acesso no dia da postagem.
Faberhaus Play. Aspectos da velhice mais saudável e a responsabilidade de design, negócios e tecnologia. Disponível em: <https://faberhausplay.com.br/velhice-mais-saudavel>. Acesso no dia da postagem.