Heller de Paula

Convites da vida Capa
Autodesenvolvimento

Aceitar convites da vida vai nos fazer mais felizes?

Será que aceitar convites da vida vai realmente nos fazer mais felizes? Existe no acaso ou na sequência de acontecimentos uma chave misteriosa para a plenitude? Essa procura vem se tornando cada vez mais importante, afinal sabemos que vida costuma nos impor alegrias e tristezas muitas vezes em tamanho desigual. Os desafios parecem se multiplicar enquanto os momentos de alegria, quando não se subtraem, no máximo se somam em doses homeopáticas e vagarosamente, quase sem vontade. Talvez por isso a psicologia tenha se apropriado do termo da física, resiliência, e aplicado a nós, seres humanos, que cada vez mais temos que praticar essa habilidade. O termo se refere à capacidade de lidar com as dificuldades, superando os obstáculos e adversidades, resistindo a pressão de situações adversas, sem entrar em surto psicológico, e ainda ser capaz de tomar decisões acertadas em meio a todo esse caos. Difícil, certo? Porém é perceptível que temos desenvolvido muito dessa capacidade para lidar com os desafios da nossa vida. Obviamente seus desdobramentos têm resultados diversos, uns bons, outros ruins, porém nesse texto vou explorar uma situação específica da vida contemporânea e da resiliência que precisamos desenvolver para lidar com ela: a solidão (surpreendente?). Li há algum tempo um texto muito interessante de um amigo falando sobre isso e me senti tocado a ponto de compor essa reflexão. O início dele, que segue, foi o mais marcante para mim: “Já me falaram que não nos acostumamos com coisas ruins, como tristezas, dores ou qualquer outro tipo de sofrimento, porém tenho que discordar disso. Obviamente ninguém gosta de sofrer, mas às vezes a vida nos coloca em um ambiente que te obriga a se acostumar com o sofrimento e acabamos sorrindo no lugar de chorarmos. Conseguir isso é muito difícil e traz efeitos colaterais e um desses efeitos é o isolamento. Ninguém gosta de ficar sozinho e eu nunca fui diferente, mas me acostumei a olhar para o lado e não ter ninguém. Não consigo ver um caminho diferente do que escolhi seguir, algumas vezes dúvidas surgem na cabeça, de como poderia ter sido tudo diferente, mas meu jeito nunca permitiria que eu tomasse decisões diferentes das que eu tomei, mesmo sabendo dos resultados, pois na verdade o resultado real de minhas ações só veio para mim há dois meses. Na verdade veio um tempo antes, mas se consolidou há dois meses. Minha namorada, que apareceu para mim em um momento totalmente tranquilo da minha vida, um momento que não estava desesperado procurando alguém, simplesmente apareceu, a pessoa certa, e seria impossível ter outro fim” (Autor Suprimido). Complicado dizer qualquer coisa depois dessas palavras, mas vou tentar descrever aquilo que mais me fez pensar e concordar tanto com ele. Realmente muitas vezes o sofrimento bate à nossa porta, adentra nossa casa e se acomoda em um cômodo qualquer. Nem sempre é possível colocá-lo para fora e assim nos acostumamos com sua presença muda e pesada, e continuamos a agir apesar dele. Tornamo-nos, por assim dizer, resilientes diante deste sofrimento. Aprendemos a sorrir mesmo sentindo dor e a olhar tudo com cautela e distanciamento. Podemos, com certeza, admirar a beleza, fazer piadas, brincadeiras, cantar, dançar, trabalhar, estudar etc., porém sempre com certa dose de isolamento. E quem aplica o isolamento diariamente, aprende a praticá-lo com grande maestria e gentileza. Impomos, assim, muros e paredes que abrigam nossa dor, mas, antes e acima de qualquer coisa, impedem que novas dores adentre nosso espaço e tomem outros cômodos da nossa “apertada” vida. “[…] me e acostumei a olhar para o lado e não ter ninguém” E assim vamos vivendo, sem saber o que nos espera depois da esquina, porém preparados para o pior. Nos acostumamos a viver sozinhos, mesmo entre a multidão, e a entregar para o próximo somente aquilo que está além dos muros do nosso medo. Esse parece ser o quadro de um mundo com pessoas cada vez mais “resilientes” (ou talvez só mais cansadas de sentir dor). Enfrentamos nossos obstáculos, pressões e situações adversas isolando parte de nos mesmos em meio a altos muros e criamos uma vida paralela no ciberespaço, colorindo nossos perfis com filtros de aplicativos que tornam tudo mais alegre e esteticamente bonito. Mas a vida é por si mesma caprichosa, não parece respeitar nossos muros e artifícios. O que ela quer, ela faz, nos obrigando a nos adaptar a ela, e são nesses momentos que eu acredito que a verdadeira resiliência aparece. Podemos aprender como viver sozinhos, podemos construir os muros mais altos possíveis dentro de nossa capacidade, mas quando for a hora de coisas transformadoras acontecerem, elas virão sem restrições. “Minha namorada, que apareceu para mim em um momento totalmente tranquilo da minha vida, um momento que não estava desesperado procurando alguém, simplesmente apareceu, a pessoa certa, e seria impossível ter outro fim”. Com meu amigo aconteceu algo que ele não esperava: um novo amor. Com outros pode ser qualquer coisa que convide a mudar uma trajetória vigente. A vida não é fácil de ser compreendida e tudo bem, talvez ela tenha que ser somente experimentada e vivenciada. Eu mesmo provei minha própria dose de alegria ao receber da vida algo inesperado e gentil que me trouxe muita alegria, e tudo isso foi quando eu abri mão do que buscava e decidi somente curtir a viagem, deixar a experiência de estar vivo preencher os cômodos de minha casa-vida. Aliás, talvez tenha sido justamente esse preenchimento que tenha se tornado tão forte que colocou o sofrimento para fora e preencheu todos os espaços com esperança. Meishu-Sama, líder espiritual da igreja Messiânica, fala sobre esse ato de deixar as coisas fluírem, de evitarmos tentar prender tudo a nós, pois somente assim o que é seu ficará verdadeiramente ao seu lado, não por aprisionamento ou uma falsa sensação pertencimento ou apropriação, mas pelo simples prazer de se estar junto. Ao deixar a energia da vida fluir livremente, ela retorna boas coisas para nós, então o que eu proponho é que sejamos cautelosos sim, afinal

Gerar inovação
Negócios

Gerar inovação: 5 ações praticadas por grandes líderes

Conheça as 5 ações para gerar inovação praticadas por grandes líderes: Associar; Questionar; Observar; Experimentar e Socializar. Assim como a liderança, a capacidade de inovar não é um dom reservado a poucos, mas sim uma habilidade que pode e deve ser treinada, por isso observamos essas ações podendo, assim, replicar e aplicá-las para gerar inovação nos nossos próprios contextos. Com certa dedicação, prática e esforço, qualquer pessoa pode se tornar um grande inovador. Porém é importante lembrarmos que, como qualquer outra habilidade, ela vai precisar ser treinada constantemente e de forma consciente antes de se tornar mais orgânica e instintiva. O mais importante é se manter sempre treinando e tentando. Esta é um pouco da ideia presente no livro de Clayton M. Christensen, Jeff Dyer e Hal Gregersen, “The Innovator’s DNA: Mastering the Five Skills of Disruptive Innovators”. Estudando líderes inovadores de grandes empresas como Apple, Google e Amazon, entre outras, os autores encontraram cinco habilidades que se destacaram no comportamento deles e tiveram forte influência em sua capacidade inovativa. Resumidamente as 5 ações para gerar inovação são 1. Observar Capacidade de observar atentamente o mundo e retirar dessa observação ideias para novas maneiras de fazer as coisas. 2. Questionar Capacidade de fazer perguntas para entender como as coisas realmente são, por que elas são desse modo e como elas serão transformadas ou superadas (O que? / Por que? / Quando? / Quem? / Onde? / Como?). 3. Experimentar Capacidade de visitar novos lugares, fazer coisas novas, procurar novas informações e aprender novas coisas sempre. 4. Associar Capacidade de conectar questões, problemas ou ideias aparentemente não relacionadas e de campos diferentes. 5. Socializar Capacidade de fazer contato e manter diálogo com pessoas de conhecimentos e perspectivas diferentes das suas, estendendo, assim, seu próprio conhecimento. Baseados nesta obra, a equipe do Slide That Rock criou uma apresentação bem interessante que resume o conceito e vale ser vista (em inglês). Referências Slides that Rock. Disponível em: <https://www.slideshare.net/slidesthatrock/innovation-can-be-trained?ref=http://hellerdepaula.com/br/05-acoes-para-fomentar-a-inovacao-praticadas-por-grandes-lideres/?preview_id=969&preview_nonce=15089e52ab&post_format=standard&_thumbnail_id=970&preview=true>. Acesso no dia da postagem.

Infográficos eficientes
Design

5 dicas para infográficos eficientes

As dicas para infográficos eficientes reúne orientações para compor e construirmos infográficos mais completos e engajadores. Ao entendermos tecnologia como qualquer objeto, processo ou método concebido para auxiliar em uma tarefa, ou ainda nas palavras de William Brian Arthur, “um meio para cumprir um propósito humano”, podemos posicionar os infográficos como tecnologias cada vez mais necessárias em meio ao cenário sobrecarregado em que vivemos. Essas construções são cada vez mais importantes, pois ampliam as habilidades e capacidades de sua audiência em compreender certos dados de forma sintética e interessante, ou seja, eles explicam muita coisa em poucas palavras. Para cumprir esse objetivo, é importante que o infográfico organize os dados de maneira útil e com sentido claro para quem olha. Caso não haja relações e comparações entre os dados, essa ferramenta pode se tornar apenas uma bonita exibição de figuras. Uma dica neste sentido é pensar nos infográficos como histórias contadas e construídas a partir de dados, e que essas histórias também precisam responder as perguntas do público que a consumirá, logo as escolhas de sua forma e conteúdo serão sempre condicionadas a objetivos além do puro prazer estético. Além disso, é importante lembrar que por seu papel como ferramenta, o infográfico deve ser usado para cumprir tarefas específicas, e neste caso vale se perguntar para quais tarefas ele seria útil, ou ainda, quais respostas ele sanará no seu público consumidor. Em suma, a estrutura básica dos infográficos é composta de apresentar, organizar, comparar e correlacionar dados se usando de informações gráficas, principalmente porque a representação visual é decodificada mais facilmente pela mente humana e pode ser apreendida mais rapidamente. Aliás o processo de visualizar é bem mais rápido e demanda menos esforço do que ações cognitivas de abstração e lógica, por exemplo. As 5 dicas para infográficos eficientes Perguntas relevantes para concepção do infográfico Essas dicas já ajudam no desenvolvimento inicial de infográficos, uma atividade muito interessante do design de informação, mas posteriormente irei apresentando mais conteúdo e dicas para trabalhar com a infografia. Referências The Functional Art. Disponível em: <http://www.thefunctionalart.com/>. Acesso no dia da postagem.

Metas de usabilidade
Design

Metas de usabilidade com as heurísticas de Nielsen

Metas de usabilidade com heurísticas de Nielsen formam um guia para apoiar no desenvolvimento de interfaces ou mesmo para analisá-las. Em minha área de trabalho o termo usabilidade é bastante costumeiro, mas para alguém que não tenha contato cotidiano com esse conceito, ou mesmo dentro do nosso ritmo de trabalho, ele pode se tornar muito abstrato e de difícil compreensão (para o designer ou para um possível cliente). Para ajudar nesse sentido eu tenho utilizado uma lista simplificada, baseada em alguns estudos que desenvolvi, sempre que preciso analisar meus próprios projetos. Porém, antes de apresentar essa lista, eu vou definir de modo generalizado o que é usabilidade. Existe muito conteúdo na Internet falando sobre isso, a própria norma ISO 9241 aborda o tema, mas para essa apresentação eu simplifico usabilidade da seguinte forma: Usabilidade é facilidade de uso, quanto mais fácil de usar, maior a usabilidade. É interessante pensarmos assim porque a facilidade de uso vai depender também da tarefa a ser realizada, do contexto de uso e do conhecimento do interator. Por exemplo, um cirurgião acostumado a tecnologias digitais pode considerar um sistema eletrônico robótico para cirurgias mais fácil de ser usado do que um professor de literatura aposentado que não usa muito tecnologias digitais. Compreendido isso, atualmente eu tenho usado uma lista com alguns itens que avalio se estão ou não presentes nos meus projetos. Aproveitei, inclusive, para unir nesses itens as heurísticas da usabilidade propostas por Nielsen (1994). Basicamente as metas de usabilidade são: 1. Eficácia A eficácia, uma das metas de usabilidade com heurísticas de Nielsen, está presente quando aquilo que se projeta faz ou possui o que se espera dele, por exemplo, uma interface de login que apresenta os campos necessários e que ao clicar no botão correspondente ele conecta com rapidez, pode ser considerado eficaz. Dica extraída de Nielsen: Design estéticoNeste caso não basta só ser funcional, tem que ser esteticamente agradável. 2. Eficiência A eficiência está presente quando o projeto apresenta recursos que ajudam a cumprir a tarefa, por exemplo, no caso da interface de login, se além dos campos necessários ela contar com dicas para efetuar o login (exemplos: seu login é seu e-mail, a senha possui 4 dígitos e etc.), podemos entender que a interface também é eficiente. Dica extraída de Nielsen: Visibilidade do estado do sistemaSinais e mensagens simples podem ajudar muito a interação como, por exemplo, “carregando”, “atualizado”, “salvo” e outros podem ajudar o usuário a saber onde está e o que fazer a seguir. Flexibilidade e eficiência de usoAs pessoas pensam, sentem e agem de modo diferente, portanto permitir certa flexibilidade de uso pode ajudar muito o usuário a cumprir suas tarefas. Permitir certa personalização pode contribuir aqui. Suporte para o usuário reconhecer, diagnosticar e recuperar errosCriar meios e avisos para o usuário conseguir gerenciar os erros ampliam tanto a eficiência quanto a própria utilidade da interface. 3. Segurança A segurança, neste caso, está relacionada tanto a proteção em si, como a sensação de segurança, por exemplo, o uso de criptografia pode tornar o sistema mais seguro para o usuário, e isto sendo comunicado para ele pode também aumentar sua sensação de segurança. Dica extraída de Nielsen: Prevenção de errosPrevenir os possíveis erros que o usuário pode cometer interagindo com a interface oferecendo meios para ele se recuperar, pode ampliar a credibilidade que este usuário terá do projeto. 4. Aprendizagem A aprendizagem está relacionada aos processos e a facilidade deles serem compreendidos pelo usuário, por exemplo, uma linguagem adequada ao interator pode diminuir possíveis dificuldades de aprendizado. Dica extraída de Nielsen: Mapeamento entre o sistema e o mundo realA primeira referência do usuário será sempre o mundo real, portanto é importante que a versão digital tenha alguma ligação com o físico para ajudar no processo de aprendizado. Ajuda e documentaçãoPor mais bem projetada que seja a solução pode ser que algo não pareça tão simples, um bom painel de ajuda e uma documentação organizada pode ajudar muito todos os envolvidos. Reconhecer ao invés de lembrarFazer os elementos reconhecíeis contribui tanto para eficiência, quanto na eficácia ou mesmo no aprendizado do usuário, ou seja, fazer um botão que parece botão e evitar o oposto.  5. Memorização A memorização está relacionada a capacidade do usuário lembrar como utilizar a interface sem precisar aprender constantemente seu funcionamento. Dica extraída de Nielsen: Consistência e padrõesTanto para ajudar na memorização, quanto no aprendizado ou mesmo na sensação de segurança, manter a consistência e os padrões são cruciais para o usuário. 6. Utilidade A utilidade está presente quando se torna evidente que é mais fácil cumprir a tarefa com a solução desenvolvida do que de outra maneira. Dica extraída de Nielsen: Liberdade e controle ao usuárioPermitir que o usuário aja livremente pode ser a melhor forma para ele conseguir realizar sua tarefa, personalizações do ambiente digital podem ser aplicadas aqui, por exemplo. 7. Interesse A última das metas de usabilidade com heurísticas de Nielsen é o momento de avaliar se o projeto atende aos interesses do usuário, como, por exemplo: 7.1. A solução é esteticamente agradável7.2. A solução é divertida7.3. A solução é interessante7.4. A solução é motivadora7.5 . Etc. Referências CYBIS, Walter; BETIOL, Adriana Holtz e FAUST, Richard. Ergonomia e Usabilidade: Conhecimentos, Métodos e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Novatec Editora Ltda., 2010.

Design Thinking no Serviço Público
Design

Design Thinking no Serviço Público por Álvaro Gregório

Design Thinking no Serviço Público pode trazer enorme benefícios para a sociedade, principalmente pot colocar o ser humano no centro. O movimento design thinking que vem crescendo e expandindo sua atuação para diversos setores encontra também no serviço público um canal para expandir e resolver problemas complexos. Assim a pessoa cidadã ganha espaço na conversa não só pela tarefa que precisa executar, mas também como um ser holístico com necessidades, dificuldades e contextos bem diferentes. Principalmente em meio a serviços complexos, com termos não comuns e fluxos por vezes confusos, o design pode trazer uma solução mais humana, simples e eficiente para todos. No vídeo a seguir vemos o treinamento feito especialmente para o setor público e entendemos importância desses métodos para a concepção e melhora desses serviços nas rotinas da pessoa cidadã. A iniciativa liderada pelo WeGov e pelo professor Álvaro Gregório mostra o quão benéfico é levarmos design para o setor público também. Design Thinking no serviço público – Brasília from Plano61 on Vimeo. Citações selecionadas Olhe a todos como iguais, no mesmo nível. Pense como as minorias têm seus direitos garantidos? Tornar acessível é incluir as pessoas, ao contrário da exclusão. Incluir é garantir que todos tenham as mesmas oportunidades. Crio valor quando deixo de ver o produto e vejo aquilo que ele oferece por mim. No design fazemos uma relação entre forma e função com valor e significado. Que valor o meu significado gera em você? O significado é a parte estratégica, porém ela pode ser copiada, suplantada, esgotada e perder o valor com o tempo. Referências We Gov. Disponível em: <http://www.wegov.net.br/author/alvaro-gregorio/>. Acesso no dia da postagem.

World Usability Day 2013
Design

World Usability Day 2013: Compra e venda on-line

O World Usability Day 2013 (WUD) teve como tema “Compra e venda on-line“ e aconteceu no dia 21 de novembro na Faculdade Belas Artes. A edição trouxe para o debate a 2ª edição da pesquisa sobre o perfil do profissional de UX que apresenta um retrato de como está nossa atuação no mercado. Ainda teve uma conversa sobre a experiência m-commerce da Walmart e uma reflexão sobre a experiência de compra e venda online. Continuando a conversa tivemos um palestra sobre como traduzir características físicas de produtos dentro de uma experiência online e fechando o encontro ainda aconteceu sorteio de brindes e uma confraternização entre membros da comunidade. Veja a programação completa do World Usability Day 2013: 17h30 – Credenciamento 18h00 – Abertura UXPA São Paulo 18h10 – Palestra 2ª Edição da Pesquisa sobre o Perfil do Profissional de UX 18h50 – Palestra  Experiência m-commerce Walmart.com 19h30 – Coffee-break 19h50 – Painel Experiência de compra e venda online com Andressa Vieira, Patricia de Cia, Raphael Neves e Tássia Spinelli 21h10 – Palestra Como traduzir via web o conforto, dimensão e design dos produtos 22h00 – Encerramento Sorteio + Agradecimentos + Confraternização  Todas as palestras e painel tiveram tradução para Libras (Língua Brasileira de Sinais). Vídeo das palestras: Referências UXPA SP. Disponível em: <http://www.uxpasp.com>. Acesso na mesma data da postagem.

profissional de UX 2013
Design

Perfil do profissional de UX 2013

O perfil do profissional de UX 2013 traz o resultado das pesquisas realizadas pela UXPA-SP e mostra como está o mercado e nossa atuação. As pesquisas são cruciais para compreender o mercado de trabalho. Elas revelam tendências, demandas e necessidades futuras, orientando escolhas de carreira e planejamento educacional. Informações obtidas ajudam empresas a recrutar, reter talentos e adaptar-se competitivamente. Pesquisas também permitem avaliar remuneração, benefícios e satisfação dos funcionários, contribuindo para ambientes de trabalho saudáveis e produtivos. Em suma, pesquisas fornecem insights vitais para decisões estratégicas e aprimoramento contínuo, beneficiando indivíduos, organizações e a sociedade como um todo. Os resultados dessa edição da pesquisa do Perfil do Profissional de UX 2013 foram apresentados no World Usability Day São Paulo 2013, o evento anual que fala sobre nosso mercado e atuação. A ideia, mais uma vez, foi de mapear o mercado (conhecimento, cargos e salários), comparar os resultados e também investigar melhor algumas hipóteses levantadas na edição anterior. É mais uma referência para empresas e pessoas que trabalham com UX. Nesta nova edição, foram consideradas muitas das sugestões enviadas em 2011, e também teve a inserção de uma nova questão para entender a relação entre cargos, salários e tempo de experiência. No momento a organização está investigando melhor o mercado de freelancers, afinal quem nunca ficou em dúvida sobre quanto e como cobrar um freela? Quem quiser participar das próximas edições basta ficar atento as comunicações da organização que sempre avisa quando sair os novos formulários de pesquisa. E uma vez que nossa atividade profissional tem grande sinergia com a pesquisa em si, nada melhor do que valorizarmos a atividade e nossa área de atuação participando, respondendo e ajudando a gente a se conhecer melhor. Veja a apresentação com o resultado da pesquisa: Referências UXPA SP. Disponível em: <http://www.uxpasp.com>. Acesso na mesma data da postagem.

A crise do masculino Capa
Autodesenvolvimento

A crise do masculino: Seis balas num buraco só

A Crise do Masculino foi explorada na obra de João Silvério Trevisan e desmascara o utópico conceito de masculino da nossa sociedade e o trabalho para mantê-lo. O autor expõe na obra Seis balas num buraco só: A crise do masculino os medos e a vulnerabilidade do macho humano, acanhado e confuso em meio às inalcançáveis metas que a sociedade patriarcal estipula para ele. Em dezessete capítulos, o autor despe a construção da masculinidade e expõe descaradamente a fragilidade na qual ela se baseia que, além de não revelar ao homem seu verdadeiro eu, ainda o aprisiona em um ideal não só impossível e impraticável, quanto insustentável e quebradiço. A partir de recentes exemplificações de algumas vazões extremadas, devido à formação e manutenção desse impossível masculino idealizado, o autor tece a rede de ideias que demonstra todo o aparato psicológico que a sociedade patriarcal tenta lançar mão para posicionar o macho humano como um ser totalmente dominador, ativo e insensível. Inclusive, é desse posicionamento que vemos nascer o terrível medo do macho humano em perder sua virilidade masculina e, assim, tornar-se castrado, portanto passivo, ou ainda, feminino e sem identidade. Tal medo é gradativamente relacionado ao comportamento do homem frente à mulher, a outros machos, a si mesmo e também em relação à homoafetividade masculina e a homossexualidade. Toda a pressão e os dogmas para o comportamento do macho humano têm então seus desdobramentos compreendidos e assim é revelado, pouco-a-pouco, a real motivação de alguns comportamentos do homem atualmente como, por exemplo, o conquistador Don Juan, as relações violentas entre torcidas futebolísticas e até a homofobia. Ao homem de leito conservador, como o meu, é impossível não se sentir nu em meio aos pensamentos do autor e neles também encontrar verdadeiras revelações de nossas atitudes cotidianas, sejam elas íntimas ou públicas. Portanto, a obra é recomendável para qualquer um, macho ou fêmea, heterossexual ou homossexual, que queira entender um pouco melhor a construção do ideal masculino da nossa sociedade patriarcal e assim até conseguir se livrar desse pesado paradigma. Citações selecionadas sobre a crise do masculino “Hoje, o masculino sofre investidas e transformações de cunho universal. Seus mitos revelam-se fragilíssimos, vitimados pela própria “ilusão do masculino” que a sociedade patriarcal esmeradamente veio criando para a construção do “verdadeiro homem”” (TREVISAN, 1998, p. 18). “[Retrato do] masculino em crise, nos dias de hoje: acuado e sem defesa, ele perde o controle e exacerba sua agressividade, destruindo tudo à sua volta e se autodestruindo” (TREVISAN, 1998, p. 24). “Por outro lado, os machos humanos não gostam de se examinar; ou melhor, não acham que têm algo tão errado assim que mereça seu olhar inquiridor” (TREVISAN, 1998, p. 26). “Para quem não está acostumado nem nunca foi obrigado a isso, olhar para si mesmo é, no mínimo, um desconforto” (TREVISAN, 1998, p. 26). “Se os homens homossexuais e as mulheres estão discutindo o masculino, isso se deve a uma omissão dos próprios homens heterossexuais, que nunca se julgaram “discutíveis” – mesmo porque dificilmente conseguem falar sobre si próprios” (TREVISAN, 1998, p. 26). “Para quem não está acostumado nem nunca foi obrigado a isso, olhar para si mesmo é, no mínimo, um desconforto” (TREVISAN, 1998, p. 26). “[…] pode-se pensar também em tal violência [contra a mulher] como uma espécie de punição pelo fato das mulheres serem diferentes, quer dizer, não possuírem pênis e, portanto, estarem naturalmente “castradas” – o que, do ponto de vista masculino, falocrático e hegemônico merece total desprezo” (TREVISAN, 1998, p. 30). “[…] os estudiosos ainda discutem até que ponto masculinidade e feminilidade são dados biológicos ou construções ideológicas [ou seja] o determinismo biológico versus o culturalismo ou construtivismo” (TREVISAN, 1998, p. 39). “A verdade é que não se pode falar do biológico sem mencionar a interferência do inconsciente humano, com suas projeções culturais. Assim como existem muitos homens cordatos, as mulheres não são necessariamente e sempre delicadas, por natureza” (TREVISAN, 1998, p. 39). “A força masculina e a delicadeza feminina são, portanto, atributos que foram construídos de um modo ou de outro, a partir de algum momento, na história da cultura patriarcal. Ou seja, o masculino e o feminino não podem ser tomados como realidades objetivas e imutáveis” (TREVISAN, 1998, p. 39). “A virilidade, segundo Bardinter, não é um dom. Ao contrário, deve ser “fabricada” de acordo com um referencial: o “verdadeiro homem” – uma figura ilusória e utópica que o macho precisa alcançar através de deveres e provações, para mostrar que também é um. Em outras palavras, o varão é “uma espécie de artefato e, como tal, corre sempre o rico de apresentar defeito”. Isso torna a virilidade uma carga pesada, desde muito cedo” (TREVISAN, 1998, p. 40). “[…] diferentemente das mulheres, para “ser homem” é preciso tornar-se homem. Em outras palavras, “o caminho para a masculinidade precisa ser conquistado”, ao mesmo tempo que permanece sempre possível o risco de perde-la” (TREVISAN, 1998, p. 41). “Para Freud, possuir um pênis significa para o varão um “repúdio à feminilidade”; perder o pênis [castração], em contrapartida, equivaleria a ser passivo, quer dizer feminino [perdendo-se assim a masculinidade, o que gera pavor e insegurança]” (TREVISAN, 1998, p. 48). “[Isso piora porque as culturas falocêntricas] criaram um artifício: transformaram o pênis (órgão concreto) automaticamente em falo (valor de símbolo), e com isso criaram uma dramática confusão […] Assim, para o macho, qualquer perda “implica a perda do falo” – seja com dinheiro, propriedades, no amor, com a mulher, com os filhos, na sua posição profissional, em influência social [ou ainda, a cada perda, o homem pode se sentir castrado e menos masculino]” (TREVISAN, 1998, p. 50). “Mircea Eliade, grande estudioso das mitologias e religiões, manifestava a convicção de que, “exceto para o mundo moderno, a sexualidade foi sempre e em toda parte uma hierofania, e o ato sexual um ato integral (logo, também um meio de conhecimento).” Considerando hierofania como “manifestação do sagrado”, a sexualidade seria então uma maneira de experimentar o cosmo, uma entrada no mistério da criação, e teria

Design e a literatura
Design

Design e a literatura: pesquisa, personas e contextos

Design e a literatura podem andar juntamente dado o caráter final do seu trabalho, essas relações inclusive podem inspirar as disciplinas. Eu sou um apaixonado por leitura, seja a arte da gramática, da didática, da poesia e etc.  Por esse motivo sempre me dediquei ao estudo e apreciação desse campo com grande entusiasmo. Quando escolhi como minha área de formação o design digital, o fiz motivado em partes pelo desejo de construir narrativas das mais variadas formas, algo que a área me permite ao englobar composições visuais, sonoras e escritas. Posteriormente, me dedicando mais ao campo da informação, me deparei ainda com métodos e conceitos de estreitas relações com a literatura, um desses métodos é a construção de personas e contextos de uso. Como exemplo, apresento esse vídeo do Google Developers no qual Izabel Idris fala sobre o processo de design durante o desenvolvimento de um aplicativo (se inicia mais precisamente em 7m10s). Izabel apresenta resumidamente três passos para o desenvolvimento das características básicas de um aplicativo: Na primeira etapa, a pesquisa com o público-alvo, é onde se levanta todos os aspectos relevantes para compreender as frustrações, expectativas, aspirações e outras informações do público-alvo. Em personas, construímos a personificação desse público. Vianna, Vianna Adler (et. al.) apresentam uma boa definição para esse termo: Personas são arquétipos, personagens ficcionais, concebidos a partir da síntese de comportamentos observados entre consumidores […] Representam as motivações, desejos, expectativas e necessidades, reunindo características significativas de um grupo mais abrangente. Já em percepção do contexto de uso é onde simulamos o momento em que a persona estará utilizando o aplicativo, assim é possível verificar interferências do ambiente, motivações de uso e outros aspectos que podem se tornar boas referências para o desenho das características do aplicativo. Um escritor em sua jornada de trabalho pode realizar tarefas bem semelhantes na construção de narrativas. Demonstro a seguir exemplos de como essas relações podem acontecer. A pesquisa com o público-alvo como fonte de inspiração para design e a literatura Dificilmente um escritor faria pesquisa com seu público leitor para compor uma narrativa, e talvez isso nem seja interessante, mas a relação de pesquisa a que me refiro aqui não é com o leitor, mas com o personagem. Ao iniciar sua estória, o escritor normalmente pesquisa um pouco os fatos e características que compõe seu personagem, por exemplo, um escritor urbano deve pelo menos pesquisar um pouco sobre a vida no campo para escrever sobre um personagem rural, garantindo maior veracidade e até mapeando possíveis conflitos que seu personagem teria. O design também se utiliza da pesquisa com o público-alvo, mas nesse caso ela será realizada com o consumidor final. Essa pesquisa pode ocorrer no ambiente de vivência público, neste caso podemos chamá-la de pesquisa de campo, pois o pesquisador estará fora de seu ambiente de trabalho, em campo, estudando o ambiente e o comportamento do cliente. A pesquisa também pode acontecer em um laboratório, mas isso é assunto para uma próxima postagem. O importante é que ao conversar e pesquisar sobre um público específico é possível, por exemplo, saber mais de seus desafios, aspirações e perspectivas assim a construção da persona ficará mais rica e mais precisa, garantindo, inclusive, maior probabilidade de o produto final ser usável e útil. Também vale lembrar que construir bases para histórias ou para uso de produtos tem semelhanças muito fortes como podemos ver na estrutura proposta por Syd Field para construção de personagens e suas jornadas. A construção de personas para o design e a literatura Depois de realizada uma boa pesquisa (características e ambientes do personagem), o escritor parte para a construção sua personalidade. Uma vez que dentro do mesmo ambiente (de uma família, de um grupo de amigos e etc.), existem pessoas diferentes entre si, a caracterização do personagem precisa ser mais precisa e, assim, o escritor constrói (mesmo que somente em sua mente), toda a biografia e personalidade desse personagem. Isso vai garantir que a linguagem e reações dessa persona sejam condizentes, e a estória seja mais verídica e convincente. No campo do design isso também é prática importante uma vez que não é possível agradar a todos com um único produto, portanto é necessário que se projete para pessoas específicas, ou seja, que se tenha em mente uma persona bem definida para aquele produto em particular. Essa persona pode reunir características de mais de uma pessoa, mas é importante que ela tenha uma personalidade bem definida e não confusa, assim o projeto será mais condizente às suas expectativas. Contexto de uso Com o personagem definido, o escritor o insere em um contexto onde ele desempenhará seu papel vivenciando seu drama. Aqui tanto a pesquisa quanto a personalidade dele serão utilizadas para dar forma ao enredo. O contexto costuma ser bem importante para a narrativa, pois é nele que se desenrolam os conflitos e as ações que serão utilizadas para construir a dramaticidade da narrativa. As influências do contexto podem, inclusive, ditar as ações e reações dos personagens. Como exemplo imagine que o personagem está no Monte Everest e seu oxigênio acaba, isso, aliado à sua personalidade, pode ditar os acontecimentos seguintes. É importante lembrarmos que o contexto não é só o ambiente físico, mas também a situação em que a persona se encontra, por exemplo, um personagem no carro, parado no semáforo e atrasado; atrasado, neste caso, também faz parte do contexto da persona. Para o design isso é ainda mais relevante, pois o designer não pode, por exemplo, impor que uma nave espacial apareça e sequestre a persona, algo que é possível para o escritor. Portanto o designer tem de resolver o problema (exemplo: avisar ao chefe sobre seu atraso), sem se utilizar do fantástico literário para isso, e é nesse momento que seu conhecimento se une à pesquisa, à persona e ao contexto para criar um produto altamente relevante para o consumidor (interator). Esses são alguns exemplos e motivos pelos quais eu sou um grande incentivador para que as pessoas escrevam narrativas, poemas, roteiros e etc.

Eu te amo tanto Capa
Arte, literatura e reflexões

Eu te amo tanto, meu baixinho lindo – Conto

Eu te amo tanto meu baixinho lindo é um conto de amor que narra o encontro entre dois jovens no momento em que um deles sofre e o outro confessa seu amor. Eu te amo tanto, meu baixinho lindo Eu atravessei o corredor sem ser capaz de perceber se tinha alguém por perto, meus olhos ardiam anunciando as lágrimas que viriam tentar desafogar a dor que eu sentia no meu peito. Entrei no banheiro masculino e, sem pensar em minhas ações, me sentei em um canto perto das pias e deixei que o pranto corresse. Chorava enlouquecidamente e gritava sem emitir sons para não anunciar para toda escola o que estava acontecendo ali. Meu fôlego fugiu, meu peito ardia, quase não podia respirar. No desespero voltei a me levantar e olhar para o banheiro, não olhava nada diretamente, meus olhos apenas percorriam desesperadamente o ambiente procurando pelo que poderia ser uma saída. A porta se abriu com violência e pressa, do outro lado daquele banheiro, o culpado pelo meu pranto invadia o ambiente e me olhava com pesar. Sua boca se entreabriu ameaçando o inicio de uma frase, mas eu levantei minha mão ordenando que parasse. Ele veio em minha direção, mesmo eu dizendo para que não se aproximasse. Ele ficou cada vez mais perto e sua aproximação acelerou as batidas do meu coração. Senti minhas forças fugirem, um turbilhão de emoções pareceu subir pelo meu corpo e voltei a chorar, mesmo me odiando por fazer isso naquele momento. Quando seu corpo estava a centímetros do meu, me descontrolei e comecei a ofendê-lo com todos os xingamentos que conhecia, depois parti para tentar agredi-lo fisicamente. Batia com força contra seu corpo e ele apenas controlava pacientemente meus movimentos impedindo que eu o acertasse de alguma forma mais perigosa. Nem acho que isso fosse possível, uma vez que ele é indiscutivelmente maior e mais forte que eu. Não sei quando parei, mas em algum momento eu cedi e me deitei em seu peito chorando ainda mais. Ao invés de tê-lo ali como um inimigo, me abriguei em seu abraço encontrando conforto para a dor que me consumia. Ele me segurou em silêncio e esperou que meu pranto diminuísse, foi só então que ele disse “me desculpa”. Eu suspirei como que tirasse um peso enorme do meu corpo. Eu ainda sentia uma leve dor, uma ardência que me consumia, mas de alguma forma estar com ele me deixava mais tranquilo, saber que ele se afastou de todos e veio me procurar demonstrava o quanto ele se preocupava comigo. Não sabia o que aconteceria ao sair dali, o que pensariam da minha atitude de sair correndo enlouquecido por saber de um namoro que, supostamente, não tinha a menor relação comigo. Mas o pior era ele, como ele explicaria ter saído atrás de mim se, pelo que sabiam, nem nos falávamos mais. O abracei com mais força e deitei minha cabeça sobre seu ombro. Ele me beijou levemente na cabeça e disse “eu te amo tanto, meu baixinho lindo”. É difícil viver um amor escondido de todos, controlar carícias, olhares cúmplices e abraços espontâneos. Fosse como fosse, ali eu descobri que não poderia viver uma vida ensaiada e escondida. De alguma forma eu sabia que ele também tinha entendido isso. Não importava o que enfrentaríamos a partir dali porque naquele momento tudo que importava era que nos amávamos.

Inteligência Coletiva
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Inteligência Coletiva: O poder do conhecimento plural

A Inteligência Coletiva de Pierre Lévy apresenta o poder da inteligência coletiva, potencializada pelas tecnologias digitais e pela internet. Essa conexão inclusive inclusive permite uma conexão entre pessoas e seus conhecimentos como nunca antes na história da humanidade. Uma provocação e um chamado para designers pensarem sobre como acessar e permitir a interconexão de pessoas para soluções dos problemas complexos da humanidade. Citações selecionadas de A Inteligência Coletiva “[espaço antropológico é] um sistema de proximidade (espaço) próprio do mundo humano (antropológico), e portanto dependente de técnicas, de significações, da linguagem, da cultura, das convenções, das representações e das emoções humanas” (LÉVY, 2000, p. 22). “[…] tornou-se impossível reservar o conhecimento, até mesmo seu movimento, a classes de especialistas. É o conjunto do coletivo humano que deve, daqui por diante, se adaptar, aprender e inventar para viver melhor no universo complexo e caótico em que passamos a viver” (LÉVY, 2000, p. 25). “Constituir o Espaço do saber seria, em especial, dotar-se dos instrumentos institucionais, técnicos e conceituais para tornar a informação “navegável”, para que cada um possa orientar-se e reconhecer os outros em função dos interesses, competências, projetos, meios, identidades recíprocos no novo espaço” (LÉVY, 2000, p. 25). “[…] o Espaço do saber incita reinventar o laço social em torno o aprendizado recíproco, da sinergia das competências, da imaginação e da inteligência coletivas” (LÉVY, 2000, p. 26). “[a inteligência] deve ser compreendida aqui como na expressão “trabalhar em comum acordo”” (LÉVY, 2000, p. 26). “Poderei associar minhas competências às suas, de tal modo que atuemos melhor juntos do que separados. As “árvores de competências”, hoje comuns em empresas, escolas e quartéis, permitem desde já ver o outro como um leque de conhecimentos no Espaço do saber, e não mais como um nome, um endereço, uma profissão ou um status social” (LÉVY, 2000, p. 27). “Mesmo que esteja desempregado, que não tenha dinheiro, não possua diploma, mesmo que more num subúrbio, mesmo que não saiba ler, nem por isso sou “nulo” […] todos os seres humanos têm direto ao reconhecimento de uma identidade de saber” (LÉVY, 2000, p. 28). “[…] a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas” (LÉVY, 2000, p. 29). “[a inteligência coletiva é] uma inteligência distribuída por toda parte: tal é nosso axioma inicial. Ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade. Não existe nenhum reservatório de conhecimento transcendente, e o saber não é nada além do que o que as pessoas sabem” (LÉVY, 2000, p. 29). “A inteligência coletiva só tem inicio com a cultura e cresce com ela” (LÉVY, 2000, p. 31). “A sociedade de informação é uma mentira […] a economia girará – como já o faz – em torno do que jamais se automatizará completamente, em torno do irredutível: a produção laço, o “relacional”” (LÉVY, 2000, p. 41). “Ora, a riqueza das nações depende hoje da capacidade de pesquisa, de inovação, de aprendizado rápido e de cooperação ética de suas populações. Os que promovem a inteligência dos homens se encontram hoje na origem de toda prosperidade” (LÉVY, 2000, p. 44). “Nada é mais precioso que o humano. Ele é a fonte das outras riquezas, critério e portador vivo de todo valor. Que bem seria esse que não fosse saboreado, apreciado ou imaginado por nenhum outro membro de nossa espécie? Os seres humanos são, ao mesmo tempo, a condição necessária do universo e o supérfluo que lhe confere seu preço, compõem o solo da existência e o extremo de seu luxo: inteligências, emoções, envoltórios frágeis e protetores do mundo, sem os quais tudo voltaria ao nada. É por isso que defendemos que é preciso ser economista do humano, que é bom cultivá-lo, valorizá-lo, variá-lo e multiplica-lo, e não esbanjá-lo, destruí-lo, esquecê-lo, deixa-lo morrer por falta de cuidados e de reconhecimento. Mas não podemos permanecer no plano da enunciação de seus princípios. É necessário igualmente forjar instrumentos – conceitos, métodos, técnicas – que tornem sensível, mensurável, organizável, em suma, praticável o progresso em direção a uma economia do humano” (LÉVY, 2000, p. 47). “A informática é uma técnica molecular, pois não se contenta em reproduzir e difundir as mensagens (o que, aliás, faz melhor que a mídia clássica), ela permite sobretudo engendrá-las, modificá-las à vontade, conferir-lhes capacidade de reação de grande sutileza, graças a um controle total de sua microestrutura” (LÉVY, 2000, p. 53). “O digital autoriza a fabricação de mensagens, sua modificação e mesmo interação com elas” (LÉVY, 2000, p. 53). “As bases de dados [digitais], sistemas especialistas, tabuladores, hiperdocumentos, simulações interativas ou outros mundos virtuais são potenciais de texto, de imagens, de sons ou mesmo de qualidades táteis que situações específicas atualizam de mil maneiras. O digital reencontra assim a sensibilidade ao contexto das tecnologias somáticas [presença efetiva do corpo vivo como, por exemplo, as performances ao vivo como dança e canto], ao mesmo tempo em que conserva a potência de gravação e de difusão da mídia [fixam e reproduzem as mensagens assegurando-lhes o maior alcance e difusão no tempo e espaço mesmo quando da ausência do corpo vivo]” (LÉVY, 2000, p. 53). “Como tornar evidente para todos que o outro é um portador único de savoir-faire e de criatividade” (LÉVY, 2000, p. 55). “Só pode existir grupo orgânico se cada um dos seus membros sabe o nome dos outros […] apela-se as tecnologias políticas de transcendência a medida que o grupo se torna demasiado numeroso para que os indivíduos se conheçam por seu nome e possam compreender em tempo real o que fazem juntos” (LÉVY, 2000, p. 55). “Já para a política molecular, os grupos não são considerados fontes de energia a serem utilizadas no trabalho, nem forças a explorar, mas inteligências coletivas que elaboram e reelaboram seus projetos e recursos, refinam seus constantemente suas competências, visam indefinidamente o enriquecimento de suas qualidades” (LÉVY, 2000, p. 56). “A inteligência coletiva em tempo real e em grande escala necessita de infraestrutura

Cibercultura
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Cibercultura: A cultura que hiperespaço cria

Cibercultura de Pierre Lévy fala sobre suas percepções sobre o crescimento do ciberespaço e seus desdobramentos na nossa cultura. Lévy também tece uma leitura sobre as mudanças que acontecem nas pessoas a partir desse crescimento, que eleva e modifica fundamentalmente nossas funções cognitivas como o raciocínio, a memória a e imaginação. Outro impacto importante da cibercultura na nossa sociedade é a alteração das formas de aprendizado, que passam de modelos definidos com antecedência, em formatos lineares e piramidais para espaços emergentes, abertos, contínuos, em fluxo e não lineares que se reorganizam de acordo com os objetivos ou contextos aos quais estão a serviço. Citações selecionadas De fato, também vemos surgir na orbita das redes digitais interativas diversos tipos de formas novas: – de isolamento e de sobrecarga cognitiva (estresse pela comunicação e pelo trabalho diante da tela), – de dependência (vício na navegação ou em jogos em mundos virtuais), – de dominação (reforço dos centros de decisão e de controle, domínio quase monopolista de algumas potências econômicas sobre funções importantes da rede etc.), – de exploração (em alguns casos de teletrabalho vigiado ou de deslocalização de atividades para o terceiro mundo), – e mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede ou em comunidades virtuais, acúmulo de dados sem qualquer informação, “televisão interativa”) (LÉVY, 1999, p. 29). “Em grego arcaico, a palavra ‘pharmakon’ (que originou a palavra ‘pharmacie’, em francês) significa ao mesmo tempo veneno e remédio. Novo pharmakon, a inteligência coletiva que favorece a cibercultura é ao mesmo tempo um veneno para aqueles que dela não participam (e ninguém pode participar completamente dela, de tão vasta e multiforme que é) e um remédio para aqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguem controlar a própria deriva no meio de suas correntes” (LÉVY, 1999, p. 30). “[o ciberespaço é] o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores” (LÉVY, 1999, p. 92). “Uma das principais funções do ciberespaço é o acesso a distância aos diversos recursos de um computador […] Isso significa que o ciberespaço pode fornecer uma potência de cálculo, em tempo real, mais ou menos como as grandes companhias de fornecimento de eletricidade distribuem energia” (LÉVY, 1999, p. 93). “Com um terminal convenientemente preparado para esse fim (computador pessoal, televisão avançada, telefone celular especial, PDA etc.) também me é possível acessar o conteúdo de bancos de dados ou, em geral, a memória de um computador distante” (LÉVY, 1999, p. 93). Referências LÉVY, Pierre. Cibercultura. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 1999.

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