Material CNV, ou da Comunicação Não-Violenta, serve para aplicar a teoria fundamentada por Marshall Rosenberg para melhorar a forma que nos comunicamos.
A teoria traz mecanismos para melhorar nossa comunicação no dia a dia, a tornando mais efetiva, ou seja, fazendo com que alcancemos mais os resultados necessários ou desejados por nós.
Toda a teoria pode ser conhecida no livro de Rosenberg e nas postagens sobre como podemos falar com a gente mesmo de forma não-violenta, ou seja, o autodialogar, como podemos tornar nossa fala mais efetiva, ou seja, o falar, e como podemos traduzir as mensagens que recebemos para um formato não-violento, ou seja, o ouvir.
Mas, para apoiar ainda mais nessa trajetória, seguem alguns materiais que podemos usar para compreender melhor o formato de comunicação não-violenta.
Material CNV: Matriz OSNP
Toda a comunicação não-violenta vai ter por trás da sua forma de falar a matriz OSNP, que são as informações que precisamos colocar em toda a comunicação que vamos fazer.
A matriz é composta por:
O – Observação: A ação concreta que foi observada.
S – Sentimento: Que sentimentos a ação concreta gerou.
N – Necessidade: Que necessidade está por trás desse sentimento.
P – Pedido: O que precisamos fazer para tornar esse sentimento positivo, ou seja, o que precisamos fazer para atender plenamente a necessidade que temos.
Exemplos de frases aplicando a OSNP:
1 – [observação] Eu observei que você não vai conseguir entregar o relatório dentro do prazo combinado [sentimento] e isso me faz sentir preocupado e apreensivo por que [necessidade] é importante para mim que a gente cumpra os prazos para que nossos colegas confiem em nós. [pedido] O que podemos fazer para você entregar esses relatórios até sexta?
2 – [sentimento] Eu estou me sentindo inseguro hoje [observação] por que preciso fazer uma importante palestra para uma plateia muito grande. [necessidade] Preciso ampliar minha confiança de que sei o conteúdo, [pedido] você poderia assistir um ensaio meu e fazer algumas perguntas no final?
3 – [pedido] Você toparia me acompanhar num cinema hoje? [necessidade] Estou precisando de alguma diversão diferente. [observação] Tive uma reunião difícil onde ouvi muitas coisas negativas sobre meu trabalho então [sentimento] estou me sentindo meio chateado.
Material CNV: Observação versus avaliação
Um erro comum que podemos ter ao tentar aplicar a matriz OSNP é confundir uma avaliação com observação, usando a primeira ao invés da segunda.
Isso vai tornar a comunicação violenta e, por isso, devemos estar atentos para evitar esse tipo de confusão.
Vejamos uma tabela do material CNV que pode nos ajudar a evitar isso:
Material CNV: Sentimentos versus interpretações
Outro aspecto que pode ser confundido no momento de usar a comunicação não-violenta são nossos sentimentos verídicos com interpretações que fazemos das coisas.
Para uma comunicação efetiva, vamos sempre ficar atentos a não fazer essa confusão evitando o uso das palavras a seguir:
Lista com exemplos de sentimentos positivos
Lista com exemplos de sentimentos negativos
Necessidades humanas básicas
10 dicas de ouro do material CNV – Comunicação Não-violenta
- Se livre de todas as ideias preconcebidas e julgamentos.
- Evite o uso de linguagem vaga com frases abstratas ou ambíguas.
- Deixe claro que a pessoa não vai se sentir culpada em não atender seu pedido (do contrário isso será uma exigência, não um pedido).
- Deixe claro que não haverá punições, criticas ou julgamentos se seu pedido não for atendido (do contrário isso será uma exigência, não um pedido).
- Deixe claro que o pedido deve ser atendido somente se isso for feito de livre vontade (do contrário isso será uma exigência, não um pedido).
- Formule pedidos em forma de ações concretas que possam ser compreendidas e realizadas.
- Enquanto ouve evite aconselhar, competir pelo sofrimento, educar, consolar, contar uma história, encerrar o assunto, se solidarizar, se explicar, fazer um interrogatório ou corrigir a pessoa.
- Enquanto ouve preste atenção às necessidades dos outros e não ao que eles estão pensando de você.
- Pergunte antes de oferecer conselhos ou estímulos.
- Use linguagem positiva.
Referências
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
GRAY, Dave; BROWN, Sunni e MACANUFO, James. Gamestorming: Jogos corporativos para mudar, inovar e quebrar regras. Rio de Janeiro: Alta Books, 2012.
BOJER, Marianne Mille; ROEHL, Heiko; KNUTH, Marianne; MAGNER, Colleen. Mapeamento Diálogos: Ferramentas essenciais para mudança social. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2010.
CNV. Disponível em: <https://faberhaus.com.br/comunicacao-nao-violenta/>. Acesso no dia da postagem.